Pra começar, esse ano tá acabando com a memória do celular, pc ou com o bolso de qualquer um né? Eu sei, só é coisa boa saindo e “Grandeur” é um deles. Sinceramente, eu não iria ouvi, VÊ QUE VACILO! Isso mesmo, tem no minimo uns 6 a 7 trampos pra ouvir e Apollo vem e solta isso aqui, nego. Fazer o quê?! Bem, ainda esse ano, o boom bap tava muito bem representado pelo bom disco “Lucky 7” do Statik Selektah (Review aqui), que reuniu um monte de nome pesado no cenário, onde as rádios não vão, que deixou aquele que vos escreve e toda a equipe do RapSh!t batendo palmas (Vinar: Fale por si só, Mateus). Porém, pode descer o Lucky 7 do top one dos disco dos produtores ai, Grandeur é uma das melhores coisas, se não a melhor, produção de boom baps atemporais dos últimos anos. Com a influência do DJ Premier, os beats do Apollo tem a marca registrada do selo “Mais pesado que o planeta” que só o produtor nova iorquino tem. Oriundo de Michigan, mas residente de Detroit, Apollo seguiu os passos do Statik e também chamou um time pesado do underground, porém, nem as rádios, nem o Spotify se brincar não chega também. Claro, é um pouco de exagero, mas o time é forte demais, nomes como Freddie Gibbs, Sean Price, Ras Kass, Big Pooh, Evidence são os que mais são conhecidos pela galera, tem uns manos rimando (E minas) que eu nem sabia que existia! E olhe que fico ligado no que ta rolando no submundo do hip hop…
Em “Neva Eva”, com o duo Barrel Brothers com o Skyzoo e o Torae, onde com um sample foda do Apollo diga-se de passagem, cospem rimas fire e não dando tempo de digerir as linhas, logo em seguida, temos “What You Where Lookin’ For” com o outro guerreiro silencioso que é o rapper Oddisee. Puta merda, essa faixa é muito boa. Oddisee brinca na batida procurando aquilo que ele sempre desejou no fundo do seu coração, ahhhh, deu até vontade de escutar “The Good Fight” de novo…Enfim, voltando pro que interessa, e como eu falei lá em cima, os beats do Apollo são atemporais e ele soube perfeitamente encaixar cada rapper no que queria. Ele soube deixar cada Mc confortável, livre para rimar sobre aquilo que quiser. E sim, Grandeur não tem um conceito, enredo ou um roteiro, afinal se trata de um trampo de um produtor, porém, os rappers aqui se preocupam mais em fazer verdadeiras crônicas dos seus respectivos temas. Violência nas ruas, rimas introspectivas das dificuldades quando menor, julgamentos, conflitos ideológicos e relacionamentos nada bonitinhos, fazem com que o bagulho seja sujo.
“Brass Tacks”, “Still Standing”, “The Hard Way”, “Not That Guy” e todo o resto do disco é simplesmente sensacional, sua cabeça não vai parar de mexer, todos os versos são bons e os flows são regados de técnicas muito boas. Além do fato, do Evidence do Dilated Peoples quebrar geral em “There’s Always Radio”. Big Pooh enaltece a boa vida no rap em “Gettin’ By” e Freddie Gibbs, PUTAQUETEPARIU, é extremamente monstro em “Who’s That”.
Pra terminar, Grandeur é um soco no estômago no reinado do Trap no cenário do rap, além do fato de pra mim, ser um possível clássico da nova cena do underground colocando o Apollo no meu top10 de melhores beatmakers da atualidade. Todas as faixas são boas -apesar de cair um pouco o nível as últimas tracks-, além de todas as participações serem sinistras. Produção muito forte e conciso, rimas coerentes e versáteis onde o tempo de 1h e 3 minutos de rap não é nada enjoativo ou repetitivo, pra mim, esse projeto é muito digno dos shits que recebeu ! Abraço, pessoal e até próxima review minha.