É quase impossível começar a falar do Machine para alguém sem falar da sua técnica quando o assunto é speedflow. Pra mim, o seu speedflow é uma das melhores coisas que ele tem, e com certeza é uma das melhores levadas da nova safra. Tanto a métrica, quanto a delivery é quase impecável, coisa que ele borda muito bem nas suas mixtapes bem recebidas. E se você me perguntar se General Admission tem isso eu posso afirmar com todo o pesar do meu coração que não. Tá, o flow ainda é muito bem construído e cuspido, as rimas não foram ruins, mas o speedflow foi muito pouco abordado, a habilidade que o consagrou no jogo não é muito abordado aqui, não vemos a máquina cuspir muitos shoots aqui, pessoal, só lamentos. Entretanto, não vejo muitos males nesse cd. Começamos o bagulho com o rapper de Cleveland se questionando sobre a fama e sua carreira na faixa “Spotlight” e vemos a notória influência que o rock fez na vida dele com o vocal da Lizzy Hale no refrão, vocalista da banda Halestorm.
Seguindo adiante, na faixa “Alpha Omega”, a track é boa demais, e o Machine é quase intocável no tipo de beat que ele geralmente destrói com frequência.
No entanto, General Admission começa a vacilar, o disco é repleto de altos e baixos para mim. Uma verdadeira montanha russa. De exaltação da sua terra em “Till’ I Die”, caímos no esmo de “Bad Mother Fucker” e assim vai. “World Series” e “Oz” não chegam a ser chatos mas poderia ser bem melhores, e “Everyday”, chega a ser interessante porém é muito raso, não te desperta muito interesse para prestar atenção no que ele fala. Apesar de uma bordagem relativamente fraca sobre problemas diários e de como é um completo otário com certas coisas da vida, em “Gone” e “Story of the Stairs”, vemos o trampo voltar a respirar. MGK vai distribuindo rimas introspectivas sobre o pai ter o abandonado quando ele mal sabia do mundão ainda, com o Leroy Sanchez em um refrão escutável. Já a segunda faixa, com a produção do Tommy Brown diga-se de passagem, a mãe dele é a bola da vez no momento de perdão, onde na qual o abandonou quando ele tinha só meros 9 anos de idade. Além também, do rapper abordar questões difíceis para ele como o fato do primo esquizofrênico ( Escutem “The Return”, não é do cd mas é a melhor faixa dele pra mim e onde você irá entender melhor essa história) e a sua tia que o criou de fato, onde tristemente foi diagnosticada com câncer.
Indo pros minutos finais de todo o trabalho, somos jogados em uma trilha de clichês. “Merry Go Round” tem um storytelling bacana, mas não me despertou nada (Porém, é bom, escutem) e “A Little More” onde se tem refrão com a Victoria Monet. “All Night Longe”, “Make It Happen” e “Round Here” são o bla bla bla do perseguir seus sonhos e a procura de um mundo melhor… é bonitinho, mas temos mais de 9887343 musicas abordadas desse tipo pelo que vos rima, além de 997238742873 no rap como um todo.
“General Admission” está longe de ser um cd ruim, assim como está longe de ser um cd memorável para mim e para todos os fãs como um todo também. A produção não é o de pirar o cabeção, temos musicas produzidas pelo Tommy Brown, Slim Gudz, JP Did This 1, JUSTICE League e pelo próprio Machine. Não é ruim, só muitas vezes, não vejo ele se esforçando na lírica e muito menos na execução de suas rimas. Já as participações, fazem o arroz com feijão, ok também.. enfim…esperava uma coisa muito pesada mesmo, afinal sempre exijo muitos dos meus rappers favoritos. Contudo, o bagulho não é ruim. MGK rima bem, não varia no flow, mas rima bem. Os temas introspectivos é o melhor que ele sabe fazer, e é o ponto forte do cd. Ou seja, vemos não uma uma piora, nem uma melhora, vemos o Machine Gun kelly estagnado no tempo com uma abordagem temática rasa.