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Pare tudo que você está fazendo para ouvir o monte de conteúdo que Beli Remour anda produzindo

Beli Remour segue em um ritmo frenético de lançamentos e é difícil acompanhar a quantidade de conteúdo produzido pelo artista. Você pode ir no canal do Youtube da Polvo Roxo Records pelo menos menos uma vez por semana, por que você provavelmente irá encontrar material novo, seja dele, trabalhando solo, ou no Kodak Ninja & Urso em Mandarim, um duo que é uma junção de duas mentes incríveis, Beli e Fraj.

O produtor e rapper, diz que chegou em um ponto onde ele não se importa mais com essas coisas de horário certo para lançamento, muito menos dia ou mês, o arista bate no peito e diz: “foda-se o hype”. Ele deixa claro em sua conversa com o RND que todas as suas músicas são diferentes, então não seria sensato ele agir de forma padronizada em todos os seus lançamentos. Por isso que Beli segue lançando alguns trabalhos 4 horas da manhã e outros as 3 horas da tarde.

O mercado da música realmente mudou e horário certo para lançamento em tese existe, mas cada vez mais a música sai do seu mundo quadrado, artistas produzem coisas com mais qualidade que algumas décadas atrás, isso tudo trabalhando dentro do quarto. Não tem como o artista ficar se baseando em modelos arcaicos, dos anos 90, quando vender CD tinha uma mecânica completamente distinta, hoje em dia, a música brasileira, não vende CDs físicos em sua essência e álbuns digitais nunca foi um modelo de negócios que realmente funcionou.

Estamos vivendo um momento onde os streamings pagos como Spotify distribui as músicas dos artistas de forma mais fácil e muito mais longe do que um lançamento de um CD físico conseguia fazer antigamente. Streamings gratuitos como Youtube e Soundcloud faz isso de forma ainda mais abrangente, então, realmente, Beli Remour que tem a mente de um artista, consegue acompanhar essas mudanças mais rápido do que a industria da música.

Toda vez que Kodak Ninja & Urso em mandarim lança um trabalho novo, é unanimidade quando dizemos que eles estão a frente do seu tempo, uma sonoridade completamente diferente de tudo que temos no rap nacional e os pensamentos de Beli Remour também estão a frente do seu tempo.

“As vezes sinto vontade de criar algo. Só que a vontade de me livrar desse algo é tão grande que as vezes eu tenho que fazer esse processo de soltar a música na hora que eu quiser.”

O vídeo da música “Sinos do Quarto” foi inspirada em “Welcome To Heartbreak” de Kanye West e Kid Cudi. No ano de 2008 quando Beli assistiu o clipe da música “Welcome to Heartbreak”, ele ficou sem palavras para descrever o quão genial era aquele clipe, demorou muito tempo para que ele descobrisse como era feito aquele efeito de desfoque, depois de quase dez anos, enfim ele conseguiu executar em uma produção sua.

O clipe da música não foi pensado para ser assim, na verdade todo o conceito era baseado em P&B, mas em um estalo, conforme o humor no qual Beli estava naquele momento, resolveu editar de modo semelhante ao vídeo da música de Kanye West.

“Como somos undergroud, eu mesmo edito meus clipes, que quase sempre é filmado pela Carolina Maennchen a.k.a MΔggiȝ $impsøn, quando não é ela que filma o nível dos ângulos cai um pouco, o conceito da musica nunca é definido previamente, achei um sample e coloquei uma batera em cima, depois fui editando até achar bom o suficiente. O som é badvibes, quando eu canto geralmente é, já falei, foda-se o hype.”

O clipe foi gravado na casa de Beli e na de seu vizinho, o importante é ser criativo e não se moldar conforme o que te mandam e o artista segue isso a risca.

A master foi feita pelo Efieli, a mixagem e todo o resto foi feito pelo próprio Beli Remour. Mas isso não é um single, nem nada semelhante a um single, é apenas um experimento que o artista resolveu compartilhar com seu público.

Enquanto isso, os trabalhos para o lançamento da mixtape “O Minimalismo é Rosa” segue a todo vapor. Esse é um trabalho de nicho, para um público do submundo do rap, como o próprio artista gosta de dizer. Essas músicas são para um pessoal que gosta de distorção no som, que não dorme antes das 4 horas da manhã, o pessoal que agradece a Deus por existir auto-tune.

Beli não parou e seguiu seguindo um padrão completamente não padronizado, porém sempre usando e se baseando nas distorções. A música “A Morte” é um brinde sonoro de quase três minutos, é um vídeo completamente desfragmentado.

A música foi lançada no dia 2 de janeiro e a cada lançamento, a mixtape “O Minimalismo é Rosa” fica mais próxima, porém o conceito como um todo do trabalho é anunciado música após música. E na música “A Morte”, quando a track acaba de forma repentina, como se estivesse sendo interrompida de forma abrupta, é mais um sinal de que a mixtape está chegando.

No dia 8 de janeiro, veio mais uma parte do quebra cabeças, veio a música “O Gatilho“, uma nova roupagem da música que já foi lançada pelo Kodak Ninja & Urso em Mandarim, nessa versão Beli conseguiu trazer um sentimento completamente diferente para a música, um sentimento que até então não conseguia ser expresso na versão anterior, a instrumental dessa versão te faz emergir de fato dentro da música e com toda certeza essa versão superou em muito a versão original.

A música “O Gatinho (Versão Original)“, não é ruim, pelo contrário, é uma excelente música e está no top 5 das melhores músicas lançadas pelo duo, de forma unanime é um trabalho impecável. Mas, então como a nova versão da música “O Gatilho” pode ser assim, tão melhor do que a versão original?

Talvez a razão seja simples, Beli conseguiu fazer uma música nova, completamente distinta da original, não existe nenhum traço a não ser a letra que lembre a versão original da música. Isso só prova o quão fora do padrão Beli consegue ser, quão genial e criativo ele é.