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Rap preto & papo reto – ‘Contra o genocídio do povo negro, nenhum passo atrás, REAJA!’

O que a obra de Frantz Fanon, a questão étnico-territorial do Quilombo Rio dos Macacos e o trabalho comunitário de um cineclube nas periferias do recôncavo baiano têm em comum ?

O que a obra de Frantz Fanon, a questão étnico-territorial do Quilombo Rio dos Macacos e o trabalho comunitário de um cineclube nas periferias do recôncavo baiano têm em comum ? Violência policial? Cultura de rua? Farsa eleitoral? Ou o papel do Hip-Hop no contexto do Rap nacional? É o desdobramento desta série de questionamentos que vamos investigar no texto desta semana.

Para quem achou que era paranoia, pois então, por nós a nóia aqui não pára. Na semana em que o clip que une Jhonny do PARENÉTICA, Aganju d’US PIOR DA TURMA & 16 BEATS faz UM MÊS no ar, “POEMAS TRANCADOS” pede um molho de chaves para começarmos a nos aproximar da profundidade dos vários sentidos que possuem muitos dos versos contidos nesta track. O que faz meu trampo, aqui no RND, parecer dever de casa, ou seja, escrever algo que soa como um texto interno. Uma forma literária de trabalho de base, contínuo, na internet.

A primeira lição é a seguinte: depois de serem destaques aqui no site, cada um deles com seus próprios trabalhos, agora três de alguns dos atuais expoentes do Rap Ba aparecem unidos em um tom grave, como não podia deixar de ser, acendendo ainda mais o pavio que incendeia o facho que se queima contra os ratos e os rastros deixados pelos vermes e  seus venenos, e pela pólvora que leva até o paiol das armas e “artimanhas” das opressões coloniais.

Assim que, em alguma medida, procurei discutir algumas das pautas trazidas pela letra desta última faixa, lançada através da parceria entre o Ibori Estúdio Home (Dj F33!LP – Us Pior da Turma) e o Stúdio LK (MK Lokonsciente – M2 Mente Maloqueira), que veio a público, na última edição do “Baile Pelo Certo”, no espaço artístico e cultural Scombro 777, localizado na Rua do Brega, na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano a, aproximadamente, 120 km de Salvador.

O clip foi gravado na orla  do Rio Paraguaçu, no antigo cais do porto da cidade de Cachoeira. Enquanto apresentam suas rimas, os três MC’s, em companhia do Dj F33!LP, pixam um dos versos da track no muro: “NÃO VOTE, REAJA”. O trabalho audiovisual tem o registro de câmera feito pelo Filipe Olih, com roteiro e direção de Fred Aganju. A edição de vídeo ficou a cargo de Val Souza (Maloca Records) e a captação foi realizada pelo Dj F33!LP (Ibori Stúdio Home) enquanto a mixagem e masterização, além da produção do beat foi realizada sob a assinatura de MK Lokonsciente (Stúdio LK). A produção é d’Us Pior da Turma e M2 (Mente Malokera). A track foi gravada no Ibori Stúdio Home em março de 2017, Cachoeira  (BA).

A engenharia sonora da track, segundo os realizadores, se apresenta de uma maneira que: “O clipe ‘Poemas Trancados’ é uma reunião entre três MC’s do cenário underground do rap da Bahia em um boombap cadenciado. A faixa é influenciada e segue referências da oldschool boombap que tem como objetivo central trazer à tona e denunciar situações que se apresentam como urgentes em nosso contexto social. Aganju, Johnny e 16 beats apresentam cada um suas crônicas de acordo com as eventualidades e adversidades que se deparam no ambiente urbano periférico que se encontram. Além de retratarem suas experiências enquanto três jovens homens negros militantes do movimento Reaja ou Será Mortx”.

Destaque para a sonoplastia que encena “o clic, clack, bala e fogo, pow, pow” e a sonoridade quase orgânica de um sax que sussurra um sopro ininterrupto de um metal jazzístico a lá Jhon Coltrane, num sample de “Blue Train” em toda distância que guarda de Charles Mingus, de Moanin’ em seu jazz fusion percussivamente afetado.

Enquanto o tempo da divisão dos beats, em que se apoiam as rimas, recordam mais um acompanhamento em contratempos e pausas para o improviso de Miles Davis; ou, até mesmo, para uma execução de Chet Baker, de “My Fanny Valentine”; ambos em seus trompetes clássicos. O que, por outro lado, nos faz lembrar a dimensão cíclica da progressão harmônica da melancolia rítmica de Ella Fitzgerald, em “Cry me a River” ao mesmo tempo, em que, não nos deixa esquecer a suavidade do veludo não apenas da voz de Billie Holliday, mas também das melodias e cadências em suas canções e interpretações, como “Summertime“.

Além disso, essa faixa é representativa de um encontro que expressa a inter-relação entre os nomes em atividade na cena e a convergência entre seus discursos e práticas, em um campo de atuação tão vasto e complexo como o do trabalho de base e lutas políticas ligadas a movimentos sociais. Us Pior da Turma já estiveram ao lado do Parenética naquela coletânea já citada em nosso primeiro texto. Desta vez, a participação em regime de parceria entre os grupos e os seus respectivos MC’s e militantes agrega ainda o 16 Beats, que vem arrebentando a cena como em uma de nossas últimas edições do RND Freeverse.

Logo de cara, Johnny dá as cartas do jogo: “Meus pivete cabuloso /Abre a boca explode a urna”, desse jeito mesmo, que não precisa nem ajuste, os versos, mesmo editados e justapostos soam como ecos “Na viela ou no Beco”“é sempre cá/ que vão procurar/ o tal do suspeito”, ao descrever a ação policial ergue-se a bandeira de luta de “libertação do povo oprimido/quero minha terra de volta/o dono ainda tá vivo”.

Um grito que revela não só a consciência acerca do valor do nativo ameríndio e do ancestral afroindígena em relação a autoctonia de diversos territórios como o Cabula, em Salvador, ou Kaonge, na Baía do Iguape, no Recôncavo, territórios historicamente derivados de processos de resistência negra quanto de ocupações indígenas que deram origens a quilombos. Como o Quilombo Rio dos Macacos, foco de forte tensão recente por conta de atuações violentas e ameaçadoras por parte da Marinha Nacional que ocupa o território com uma base naval numa região onde vive uma comunidade tradicional ligada ao mangue e a práticas coletivas de sobrevivência local.

Os quilombos são formas de associação contra-hegemônica no continente americano. “Em todas as Américas” existem experiências semelhantes, porém com nomes diferentes, de acordo com a região onde ocorrem: cimarrónes em  muitos países  de  colonização espanhola; palenques, em Cuba e Colômbia; cumbes na Venezuela; e marrons na Jamaica, nas Guianas e Estados Unidos (MUNANGA, 2006, p.72).

Segundo o antropólogo congolês, Kabengele Munanga, pode-se definir quilombo enquanto: “experiência coletiva dos africanos e seus descendentes, uma estratégia de reação à escravidão, somada da contribuição de outros segmentos com os quais interagiam em cada país, notoriamente alguns povos indígenas” (MUNANGA, 2006, p.71). Localizados em áreas de maior isolamento, os povos bantus, jeje, iorubanos, entre outros, “mantiveram relação de aliança com índios” durante e após o “fim” da legalidade da escravidão ameríndia e afro-atlântica moderna.

Esta explicação pode ser reforçada pelo verso seguinte que diz: “O gueto vai prosperar quando/ elevar pra outro nível/ a união entre os irmãos/é o que torna tudo possível”.  E desta vez não só a união entre negros e índios, mas também entre os manos da capital e do interior bem como dos estúdios envolvidos e etc. (LK/Ibori/777/ Recôncavo e Ssa [075/071]). Logo, para além do crack, das cotas e da cor da pele, a letra segue dizendo:…“Estourei os cadeados” e, neste momento, Aganju, “o chato”, reflete o homem negro que escreveu e agora vem contar e cantar em rimas, suas “Crônicas do arco do velho/ e do machado”, “De chinelo e de bermuda/ o cinema na mochila” vai adiante em sua quebrada, levando na mente a missão de colar com sua juventude e fortalecer os laços de solidariedade social entre toda população negra.

Ou seja, “Pega visão desgraça/ não vote e Reaja!/ Trabalho comunitário/ educando a molecada”. Essa referência ao trabalho comunitário diz respeito ao projeto de cineclubismo periférico Cine do Povo além de iniciativas ligadas a música e artes visuais também. De forma que “Um grafite na parede/ mais potente que rajada…” então podemos compreender que aqui “No interior baiano a tática é subterrânea/ estratégia maloqueira / Capotando as viatura”. Assim, a maior paga que se recebe é que “O sorriso das Tias dignifica as quebradas”. E o proceder é de “Bala e fogo na linha auxiliar e nos patrão”, já que “Na Bahia quem diria/ Elite negra doentia…”, frente a um cenário político no qual “Com ACM ou Rui Corta/ a polícia é assassina”, logo, quando “Cai a Dilma e o cabide de emprego em Brasília”, a galera envolvida pira.

Da Martinica, nas Antilhas, ao Quilombo Rio dos Macacos, no interior da Bahia, cruzam-se diversos pontos. Além da luta antirracista e ativista contra a supremacia branca, a estética da libertação e uma intersecção de temas e mitos, ritos e práticas sociais e culturais se apresentam a um público amplo por meio da linguagem direta e coloquial que o Rap representa, em suas linhas mais nevrálgicas, sob formas que contornam o esboço do debuxo desta imagem decalcada de um pesadelo de alienação e destruição na qual, a realidade, ainda que por mais esquizofrênica que pareça, se realiza sob a expressão de movimentos anticolonialistas da negritude.

Os trabalhos de Frantz Fanon, no campo da psiquiatria, foram exemplos de crítica epistemológica e expurgação ideológica sobre o problema da raça nas Américas, ao apresentar a existência de um princípio relacional entre o mundo branco e o mundo negro que precisa ser desarmado pelo dispositivo da crítica da diferença e da hierarquia.

O pano de fundo das letras dos MC’s é o imperativo ainda vigente da ordem colonial, que sobrevive nas “antigas” colônias, ora como memória, no imaginário e tradições seculares, ora como presente atualizado pelo Estado. Nesse sentido, o colonialismo é vivido como um estado social que deforma as relações inter-subjetivas do reconhecimento mútuo, de maneira que os grupos implicados são pensados igualmente num esquema comportamental “quase” neurótico: enquanto os colonizadores só podem elaborar com cinismo ou com agressão intensificada o desprezo que sentem por si mesmos, já que degradam sistematicamente os nativos – negros e índios (essa população afroindígena) – os colonizados, quando não exterminados pelo massacre organizado, somente são capazes de suportar as “ofensas diárias” através da cisão de seu comportamento nas duas partes constituídas por uma transgressão ritual e uma superadaptação habitual cotidiana.

Nessa perspectiva, essas “ofensas diárias” revelam que o problema não está no “outro”, na sua diferença ou na alteridade, mais bem evidenciada na cor da sua pele, mas sim nas bases que constituem a relação interétnica sustentada numa estreita visão de humanismo, que concebe o homem ocidental como sinônimo de humanidade e a branquitude como ideologia da/para dominação.

A crítica de certo sentido de humanidade – que despreza o princípio de igualdade e obumbra os acessos à experiência da existência, que deriva no “desmoronamento do ego” e a formação de uma imagem distorcida de si mesmo – gera uma busca por outros espelhos onde a Diáspora afro-atlântica na Bahia de Todos os Santos e seu Recôncavo, é tomada como uma etno-região para referência tanto territorial (transnacional) quanto simbólica e material de uma identidade étnica, seja indígena ou negra.

Assim, na contramão do Rap, o papel cumprido pela polícia é o de soldar o hiato entre os padrões de comunicação assimétrica do tipo que existe entre invasor e nativo (opressor e oprimido) no sistema colonial que representam relações interativas que requerem, dos dois lados, a negação e a preservação simultâneas de relações de reconhecimento recíproco; pois, para estar em condições de estabelecer alguma forma de interação social, o senhor colonial precisa reconhecer e ao mesmo tempo desrespeitar o indígena e o negro descendente do africano como pessoa humana, tanto quanto estes têm de requerer e simultaneamente negar o status de ser humano.

Se por um lado o discurso religioso judaico-cristão ocidental justifica a escravidão, a anomia contingente entre colonização e descolonização apresenta o índio e o negro enquanto alvos de uma alienação do mundo branco, através do racismo como explicação para a inferioridade e estigmatização. Desta maneira, no atual contexto da modernidade das relações sociais, marcadas pela racialização nas sociedades pós-coloniais, o Rap é uma estratégia negra contra-hegemônica num cenário que força os enfrentamentos e constantes reconstruções das identidades indígenas, brancas e negras com a percepção de que o branqueamento atua enquanto uma alienação da personalidade – a partir do desenvolvimento do desejo de ser ocidental, falar a língua dominante, ter um amor branco, enfim, querer os poderes que o branco possui – ao contrário do real reconhecimento e identificação do potencial de transformação da linguagem musical do Rap enquanto meio de emancipação de discursos silenciados e invisibilizados e, ao mesmo tempo, do Hip-Hop, de maneira geral, como estilo de vida e modo de estar em uma sociedade racializada e excludente que nega diretos a diversidade e a diferença.

O que, no contexto da absorção de culturas e ideologias dominantes no regime de formação histórica e social dos povos colonizados, dá origem ao surgimento de patologias individuais e coletivas caracterizadas pela violência tanto simbólica quanto material, como nos indicam os estudos de Fanon na obra Pele negra, Máscaras Brancas, que pode ser encontrada em tradução de Renato da Silveira, numa edição da Editora da Universidade Federal da Bahia, de 2008. Posto nestes termos, a problemática questão histórica do racismo é uma neurose social.

E sobre esta dimensão psicossocial da racialização marcada pela “denegação propositada de “direitos humanos” como critério para o desrespeito infligido aos nativos [negros e indígenas] dentro do sistema colonial”, a neurose se configura como uma “distorção patológica de relações interativas resultante do fato de as relações de reconhecimento, subterraneamente efetivas, serem ao mesmo tempo negadas mutuamente”. Enfim, “o nativo permanece no sistema colonial sem o reconhecimento do “status de um ser humano”, porque seu modo de vida e sua forma de auto-realização específica não são estruturalmente tolerados” (HONNETH, 2003).

Por outro lado, não só no Rap nacional ou estadunidense essa questão avança, mas também, na maior parte das pesquisas recentes sobre a desigualdade etno-racial no Brasil, empreendidas por americanos e latino-americanos formados nos Estados Unidos. Estas esforçam-se em provar que, contrariamente à imagem que os brasileiros têm de sua nação, o país das “três tristes raças” (indígenas, negros descendentes dos  africanos escravizados, brancos oriundos da colonização e das vagas de imigração europeias)  esta condição não é menos “racista” do que os outros; além disso, sobre esse capítulo, os brasileiros “brancos” nada têm a invejar em relação aos primos norte-americanos (BOURDIEU, WACQUANT, 2002: 19).

Neste sentido, Fanon (2008), aponta que a ideia de “raça” é uma noção sociológica, já que esta é uma condição estrutural das sociedades pós-escravocratas na América – como Brasil ou Estados Unidos – e não ligada especificamente a determinados grupos sociais. Logo, o embate étnico e ético (político e ideológico) seja no plano ideacional ou empírico, como na alimentação, nas roupas, mas principalmente nas linguagens, conduz as relações e interações sociais à necessidade de indicações de sinais para a resolução da anomia e no Rap podem estar algumas das senhas para essas e outras questões.

16 Beats, em mais de um ponto de encontro deste triângulo sonoro, expressa o tripé da sua dicção, rima e impulso “lírico”, sobre o qual ele diz: “Minha escrita é libertadora/ tipo Frantz Fanon” ao mesmo tempo que “Minha vida é perseguida por farda marrom”. Logo: “Minhas dores e angústias/ exercício desse dom”, assim, avança o MC: “Não durmo, faz tempo, ladrão/Não tenho paz, faz tempo, ladrão”. E, depois, completa com um verso de peso que evoca não só nossos mortos, como a missão e função de nossa escrita que é a não nos deixar esquecer que: “Nós escreveu essa /pelos irmão /que morreu tudo”.

As estatísticas de 16 Beats, são um verdadeiro “estudo” que revela não só as potências lírica e ativista do seu verso, mas também as formas mais vis em que a desigualdade racial atinge o povo preto no Brasil, já que: “Pra cada preto na faculdade são 100 encarcerado/ Pra cada 10 branco rico 100 preto apagado/Pra cada 10 preto apagado 8 queima até o Estado/Pra cada 1000 preto alienado teve 3 revoltado”. Então com as linhas de 16 Beats eu vou com o “Meu bonde na neblina”, seguindo o fluxo da rima e sorrindo sangue para quem odeia e discrimina, porque nessas horas eu colo com as crianças, os mano, os e as coroas e as mina. Enquanto isso “Pretos da casa grande/ com sentimentos opacos/ roendo as cordas/ deixando seus irmãos/ bem fracos […] sem resposta/ nesta desgraça/ tipo Quilombo Rio dos Macacos”

E o bônus track da matéria é a prévia, ao vivo, de parte do próximo trabalho d’Us Pior da Turma, o EP “Homem Preto: Espécie em Extinção” que é mais uma produção fonográfica do selo Ibori (Cachoeira –BA), que convocou um time de peso para compor essa obra: Aganju (Us Pior da Turma), Dezesseis Beats, Chagas (Parenética), além de algumas participações ainda não divulgadas. Diante de uma realidade de Genocídio no Brasil, onde de 50 mil assassinatos por ano, sendo que cerca de mais de 80% são invariavelmente jovens homens negros, o EP busca tratar dos sentidos e significados de “viver e morrer” de um grupo de jovens homens negros que vivem, sobrevivem e organizam lutas comunitárias de enfrentamento ao Genocídio Negro.

Para saber mais: consultar outras leituras…

Referências
BOURDIEU, Pierre. WACQUANT, Loïc. Sobre as Artimanhas da Razão Imperialista. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 24, nº 1, 2002, pp. 15-33.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas / Frantz Fanon ; tradução de Renato da Silveira. – Salvador: EDUFBA, 2008.

MUNANGA, Kabengele. A resistência Negra no regime escravista. In: O negro no Brasil de hoje/ Kabengele Munanga, Nilma Lino Gomes – São Paulo: Global, 2006. pp. 67-98.

HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento e gramática moral dos conflitos sociais. –São Paulo: Ed.34, 2003.