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[Opinião] 7 mazelas que você viu (ou não) no Rap em 2014

Passa ano, vem ano e os lançamentos não param, bom para nós amantes do Rap, mas nem todas as frutas que essa imensa arvore nos concede são boas, além de grandes lançamentos e ótimas notícias, o Rap também tem suas peculiaridades, que são formadas exclusivamente por artistas e fãs do movimento.

Vamos fazer algumas listas, entre elas faremos “os melhores do ano”, mas a que você lê neste momento é totalmente ao contrario. De acordo com minha visão e memória, separei algumas mazelas que nosso estilo musical teve que carregar este ano, obviamente na minha opinião.

O texto é grande, então bota um som pra ficar relaxadão, escrevi ouvido esse.

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7. Batoré e a treta em Caxias do Sul

No inicio de dezembro, a Cone Crew Diretoria fez um de suas dezenas de shows mensais em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.  Segundo os presentes, havia alguém próximo ao palco disseminando gestos obscenos e palavrões direcionados ao grupo carioca, com isso, Batoré, não se conteve e desceu do palco para agredir tal individuo.

Independente do que aconteceu, é realmente triste este fato, xingamentos e afins não justificam um mano descer do palco onde esta se apresentando, trabalhando, e causar um tumulto. Isso mancha a imagem do movimento; não somos moleques, não devemos agir como tal.[divider]


6. Zap San, Projota e a treta em cima do palco

Após umas desavenças em relação a direito de liberação de música, em abril, Zap San subiu no palco em que Projota estava se apresentando e tentou ataca-lo com socos e chutes.

O  motivo para o ataque foi uma música que Projota fez para o primeiro disco de Zap San, chamado “A Importância Disso“.

O problema seria que Projota não tinha ainda assinado um contrato no qual abdicaria seus direitos na edição da música (vide Royalties), para assim Zap San lançar o disco físico, ou seja comercializa-lo. Lembrando que todos os outros artistas já tinham assinado tal documento.

Projota disse na época que não teria logica assinar um contrato no qual abdicaria de seus direitos sobre a composição.

Nessa caso penso que os dois estão errados, apesar de fortes motivos, Zap San foi garoto em subir em cima de um palco para brigar com uma pessoa. Sobre a atitude de Projota, nem preciso falar.[divider]


5. Projota, o novo disco “Foco Força e Fé” e seu enlatamento

“A maioria dos alimentos enlatados se conserva bem por mais de um ano”, pena que perde o gosto, se você comer uma maça, pode usar a semente para plantar uma arvore e terá maças para o resto da vida.

Apesar de conter boas músicas, como “O Astronauta” (ótimo instrumental e boa ideia), “O Homem que Não Tinha Nada” (boa mensagem e ótimo refrão de Negra Li), “Vozes na Sala de Estar”, entre outras, o disco mostrou um Projota diferente – não que seja ruim mudar – mas o rapper do Lauzane mudou completamente o foco de seus sons, resolveu divulgar como single músicas clichês e românticas adolescentes.

É perceptível a queda de aceitação do rapper com muitos de seus antigos fãs. É notório que Projota hoje tem muito mais fãs e está trilhando um bom e almejado caminho no mundo mainstream, mas os fãs de Rap que acreditavam nas boas ideias do rapper tem bons motivos para deixar de admira-lo, é uma pena, o Rap pode trilhar por grandes e ricos caminhos, mas quando é enlatado perde o poder.[divider]


4. Maomé e seus comentários homofóbicos e machistas

Machismo e homofobia apareceram bastante no Rap em 2014, mas veja pelo lado positivo, foram combatidos com veracidade e intolerância.

Em um surto por seu instagram estar cheio de “Troco likes, sigo de volta”, Maomé, rapper do Cone Crew Diretoria, soltou comentários mal pensados e cheios de preconceito, “Mina que posta ‘troco likes e sigo de volta’ deveria tomar uma surra dentro de casa pra aprender a ser mulher… já os barbados… vocês são mais viados de quem da o cú, tenho nojo de vocês”, disse.

Como de costume, após ver as merdas, o rapper apagou os comentários, mas antes tentou se justificar, “Que inferno! Eu sou ‘machista’ mesmo, até onde eu sei a constituição me garante esse direito”.

Após duras e válidas críticas, o rapper voltou a comentar sobre o tema, mas dessa vez com um pedido de desculpas, veja. Ponto pro Hip-Hop.[divider]


3. Filipe Ret e suas opiniões

Ret é um dos grandes nomes do Rap RJ, suas letras são geniais, com ideias valiosas e um flow característico a musicalidade do rapper se destaca.

Na internet é sabido que o que mais rende mimimi e consequentemente engajamento são opiniões polêmicas. Algumas dessas opiniões de Ret não agradaram os amantes do Rap, algumas bobas, mas outras muito sérias e tristes, como a pérola “sou contra o estrupo não concedido“, onde o rapper se afirma machista.

Essa história veio de uma discussão que ocorreu em abril de 2014, onde o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostrou que muita gente concorda com “se a mulheres soubessem se comportar, haveria menos estrupo”, um absurdo.

Além de outras opiniões, que não há necessidade de citar, vale lembrar da brincadeirinha de “Rap SP x Rap RJ” que o rapper criou.[divider]


2. Nocivo Shomon, seu desgaste e fixação por Emicida

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Se o Rap fosse um curso na faculdade, esse caso daria um TCC (ou não). Esse tema é peculiar em diversos aspectos e causa muito mimimi, por isso vou deixar minhas opiniões perante algumas ideias que essa mazela engloba, assim darei menos margem a interpretações tendenciosas.

A primeira ideia é a Diss (músicas feitas especialmente para atacar alguém). As pessoas que não concordam com tal tipo de música obviamente repudiam os ataques de Shomon, porem eu não discordo de Diss, porem acho uma total perca de tempo e de energia, mas cada um faz o que quiser com sua energia né não?! Rap é música, música é entretenimento, em muitos casos uma Diss é um baita entretenimento para o público, vide a gringolandia americana.

A segunda ideia é o lado, a divisão. Como toda boa disputa, as pessoas escolhem um lado, quando você argumenta a favor de uma beira, automaticamente a outra beira te olha como um rival, vide coxinhas vs petralas (tsc). Bem, meu lado nessa história é o meio, não me importo, admiro o trabalho dos dois, Nocivo é uma ótima pessoa pra bolar ideia pessoalmente, coração bom, Emicida idem, e é inquestionável o talento musical dos citados.

Tendo essas ideias na cachola, a mezela ai não está no fato de fazer Diss (pra mim), ela está em dois fatos.

O primeiro fato é a obsessão (perseguição, comportamento compulsivo), isso causa um desgaste enorme na imagem de Nocivo Shomon, e consequentemente faz os ataques soarem repetitivos e sem vitalidade, causando uma grande preguiça sobre a situação; afinal repetir os mesmos pensamentos em Diss é chato. Vale lembrar que a repetição é uma das melhores estratégias para a vitória na vida, mas claro que isso não se aplica em Diss, quem ta vencendo com isso?!

O segundo fato é a indiferença, isso torna tudo mais desnecessário e sem graça, obviamente é uma tática de grande sabedoria de Emicida, e espero que ele continue indiferente, pois essa história está sendo tão improdutiva quanto tretinha de internet, uma baita ramelação.[divider]

 
1. “Isso é Rap”, “isso não é Rap”, os donos do Rap

Isso sempre aconteceu, mas vem se intensificando com o passar do tempo, chegando ao ápice em 2014.

“Só porque você não gosta, não quer dizer que não é”. Se analisarmos o pensamento que grande parte dos fãs do Rap carregam como verdade, começamos a perceber que é um ideia autoritária, ou melhor, ditatorial.

Eu entendo de onde vem parte desse pensamento, é um pouco contraditório, mas penso que essa ideia venha do amor, afinal o Rap salva vidas, salvou a minha e certamente a de muitos que estão lendo. Esse estilo musical, essa cultura como um todo, tem um poder muito forte de causar grande transformação em quem a absorve. Esse tipo de poder causa amor.

Eu amo o Rap como poucas coisas e sei que ele não é meu, afinal não precisa ser dono para amar, e mais, não somos donos de quase nada. Mas tem pessoas que amam de uma forma primitiva, digo isso pois penso que seja o melhor meio de ilustrar tal amor, lembram das figuras em livros de história onde um primata arrasta sua “amada” pelos cabelos?! É bem isso.

Quando um amante vê o amor ser tratado de forma “desmerecedora” coisas negativas acontecem, mas estamos falando de Rap, de música,  ele é muito grande pra o aprisionarmos em nosso porão, mais conhecido como zona de conforto.

Se ficou muito subjetivo, basta lembrar que apesar de muitos pesares, o Rap é um estilo musical, Eduardo pode falar melhor sobre.[divider]

É isso, qual mazela mais te chateia?

PS: Edi Rock na Globo, Slim Rimografia no BBB e fitinhas similares não considero mazela.

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