O Rap em sua forma clássica e principalmente em sua identidade “abrasileirada” desde os primórdios tem uma enorme função social, isto é, falar de temas recorrentes em áreas mais afastadas da elite, mostrando uma realidade chocante e em muitas vezes desumana, como por exemplo de jovens que nascem sem uma figura paterna e nem estrutura para seguir uma “carreira” e assim vêem no crime a saída perfeita para se igualar a outros jovens que com uma estrutura familiar sólida, conseguem se vestir bem, andar em carros bonitos e estudar nas melhores escolas sem fazer muito esforço. Esse exemplo é apenas um tema de muitos os quais são recorrentes em letras de sons mais antigos, além de abranger o sofrimento, a luta, a morte, o preconceito, a distinção de classes, a miséria, o crime, e a vida na sua pior forma.
O “Trap”, subgênero popularizado principalmente a partir dos anos 2000 com uma temática relacionada ao luxo, às drogas e “banalidades” em sua forma original, também é uma espécie de grito social, segundo expoentes do subgênero, este busca de certa forma, revolucionar o conceito de crítica social, mostrando assim um novo horizonte, como se dissessem que de certa forma já venceram e conseguiram o que queriam, a ostentação, o luxo, o nome de marcas famosas antes impossíveis para os mesmos e que agora são realidade, mostrando ao público uma forma de pensamento do tipo “se você pode eu também posso”. Há ainda quem diga que a vertente não tem sentido algum, muito menos qualquer sentimento nas letras e temáticas, porém esta é uma visão muito rasa sobre o tema. Jovens expoentes atuais do gênero no Brasil vem crescendo cada vez mais no cenário musical, e o Trap promete ser uma grande aposta para os próximos anos no país.
“As pessoas estão cansadas de ouvir nós pedindo socorro, de sofrimento, graças a Deus as coisas melhoraram e hoje nós podemos gastar uma onda também, fazer uma grana boa e ter coisas boas pra contar no som”