Muita gente anda na contramão de tudo dentro do rap nacional, numa luta de tentar sobrepor seu talento aos algoritmos e interesses mercadológicos. Isto é comum na realidade de quem quer construir sua própria narrativa através de sua arte. Um destes exemplos é do artista fluminense, Marcão Baixada e toda sua caminhada sendo um dos mais notórios nomes do underground brasileiro.
Natural de São João de Meriti (RJ), município da Baixada Fluminense, uma região deixada às margens das políticas públicas e dos olhos do que muita gente entende por cena do rap. Entretanto, Marcus da Silva (Marcão), assim como tantos outros jovens de sua área, vem tornando-se símbolo da ascensão da cultura hip-hop fora dos grandes centros cariocas. Mesmo com todas as adversidades geográficas e sociais, o MC ainda sim consegue apresentar seu trampo de forma a tornar-se referência para nomes consagrados na música, como Froid, Raffa Moreira e Luccas Carlos.
Após romper barreiras, seja com suas mxitapes e EP’s e o após ganhar o “Take Back The Mic” (a Copa do Mundo do hip-hop) em Miami, o rapper vem sendo pioneiro, apesar do esvaziamento desta palavras nos últimos dias, em território nacional. Antes mesmo de algumas tendências estéticas do rap/trap serem adotadas pela maioria dos MC’s, Marcão já as compreendia e manipulava como poucos já viram por aqui.
Olhando para o futuro num 2020 dificílimo paras os artistas independentes, o artista se prepara para lançar o que pretende ser um dos grandes hits do ano. Prevista para ser disponibilizada no próximo dia 31 de julho, a faixa “Meu Melhor Rap do Ano” teve uma prévia postada em rede social, tornando-se viral e somando mais de 50 mil visualizações. Para acompanhar este esperando lançamento, no último dia 21 Marcão soltou um short film de 1 minuto, que serviu de chamariz para o anúncio do lançamento. Intitulado “Ninguém Sabe”, o curta apresenta um jovem que traça um plano para fugir de sua invisibilidade. Recheado de um subtexto bem claro, percebemos toda a relação do artista com o mercado da música e seus atravessamemtos como um homem negro periférico.
Pouca gente entende tão bem o comportamento do game quanto Marcão, atendendo todos os mais altos quesitos de musicalidade e estética, o artista é mais dos que constroem sua própria realidade com a arte. Enquanto o hype não enxerga Marcus, ele vai construindo sua própria cena, e se eu fosse você não perderia tempo para voltar dia atenção a ele.