Cria de Botacatu, em São Paulo, Mc Rasmi volta a cena com a faixa “Tô precisando tomar um chá”, com participação do rapper Mendes, de São Manuel/SP.
Depois dos sucessos das faixas “Cosmonauta” e “(auto)Biográfia“, o Rasmi traz uma faixa com reflexões sobre a polarização que o mundo vive nos últimos anos e como nossas atitudes podem influenciar, ainda que de maneira pequena, mas positiva, a mudança do nosso futuro, que conta com a pegada suave e cheia de reflexão e sagaz de Mendes, uma combinação realmente leve e que faz do som algo muito especial.
Eu não aguento mais essa situação
Eu olho para a periferia e não tem um puto no meu bolso
Eu olho para trás, é tanta ilusão
Que me faz acreditar que o mundo para nós ainda é pouco
Observando o mundo ao seu redor e entre tantos questionamentos, seguido do viciante versão de Rasmi, Mendes nos faz refletir qual a principal função da natureza humana no mundo que vivemos. Assim como qualquer pessoa que se sente perdida e beira um precipício, e seguindo um caminho que não se identifica, como é o caso da grande maioria das pessoas no mundo, tendo que enfrentar a realidade que nos são impostas pela circunstâncias do cotidiano.
Talvez o principal ponto que essa música nos proporciona é a reflexão da vida que nós levamos, mesmo que sem perceber, e é importante se manter otimista e buscar fazer a diferença em um mundo que, muitas vezes, as boas atitudes parece algo extinto da nossa vida.
Alguma vez você já parou para pensar quantas vezes a sua vida foi guiada por uma máscara que colocou e se perdeu no personagem, vivendo fingindo ser alguém que não é?
Pois é, além de nós, muitas pessoas passam pelas nossas vidas fingindo ser quem não é, seja para agradar os outros, ou por se sentirem infelizes sendo quem são. Parece algo complicado de se falar, mas isso é muito real e mais comum do que parece. Mas o tempo passa, e mostra quem é quem. As máscaras uma hora cai, e mesmo que a gente insista em não acreditar, a realidade vem atona.
Talvez muitas pessoas já tenham passado por isso, principalmente na vida amorosa, mas assim como a faixa insiste em nos mostrar que devemos mostrar o nosso melhor, Rasmi nos conta:
“Muitas pessoas passam pelas nossas vidas fingindo serem quem não são, e fazem com que isso pareça muito real, como se fosse um teatro. Nos desiludimos em momentos como esses, mas mesmo assim insistimos em não acreditar nos rumores que dizem por aí de que o amor não existe, ou morreu. O amor, na verdade, é a maior frequência que podemos vibrar.”
Seguindo essa linha, talvez um dos versos que nos coloque para pensar bem sobre essa dor causada pela falsidade das pessoas, Mendes diz: “a dor que eu sinto confunde os doutores“, falando de dores da alma, em uma constante busca pela iluminação e da plenitude, sendo um relato fiel do momento que vive o mc, e descreve muitas pessoas, no meio de uma guerra interna, literalmente prestes a pular de um precipício.
Gostaria de deixar minha mente em uma loja de penhores
Apontam e julgam sem saber, porque não vivem os horrores
Imagina só poder se livrar de pensamentos ruins e de toda negatividade em uma loja de penhores? Em meio a pressão constante, agravada muito durante este período de quarentena.
Além de toda a reflexão, a faixa nos apresenta um amplo conhecimento do mundo, com muita referência, que vai de referência de filmes a jogadores consagrados de futebol. A mente de uma pessoa que reconhece seu potencial, mas que se percebe confusa em meio a tantas desigualdades sociais e situações que fogem do nosso controle de forma negativa.
“Gostaria de deixar minha mente na loja de penhores”, imaginando como seria bom poder se livrar de pensamentos negativos com facilidade. Em meio a tudo isso, pessoas não se cansam de julgar seus semelhantes, mesmo sem saber o que cada pessoa está passando no momento de sua vida. “Se houvesse maior empatia, é possível que esse tipo de julgamento acontecesse menos”
Enquanto seguimos lutando com nossos demônios internos e sorrindo para o mundo, fingindo estar tudo bem, vivendo relações virtuais e sentindo um vazio enorme por dentro, vale a pena conferir a faixa e sentir como se ela conversasse com o seu intimo, de maneira leve e sem ser evasiva, nos trazendo um momento de reflexão em cada verso.
A música conta com produção músical, captação, mixagem e masterização do som foram feitas pelo próprio Rasmi.
O vídeo clipe é uma produção dos próprios artistas, que registraram cenas e memórias do cotidiano, com uma estética que nos remete aos VHS dos anos 90. Já a capa foi registrada por Antônio de Almeida Neto (Netão), Mc da cidade de Avaré, em São Paulo.
Além do webclipe no Youtube, a canção está disponível em plataformas de streaming como Spotify, Deezer, Apple Music e Tidal.
Confira agora esse lindo lançamento: