Rapper do ABC paulista vem se destacando com sua lirica afiada e lança quarto som no ano.
O rapper Lucas Hakai vem chamando a atenção no ABC paulista já faz um tempo, mas em 2019 vem mostrando o porquê é um dos mc’s mais respeitado do cenário atual do rap na região. Com quatro lançamentos esse ano, e uma participação no cypher “Pílulas Vermelhas 2” da batalha da Matrix, Hakai vem quebrando tudo e abrindo portas antes do lançamento do seu novo trabalho intitulado “Quéops”, que será lançado mês que vem.
O nome do álbum será uma referência a Pirâmide de Quéops, uma das maiores na fronteira de Guizé, no Egito. O título do futuro ep me trouxe a lembrança do último trabalho do Hakai, na época Élipe, intitulado “Burj Khalifa”, onde fazia referência ao povo negro no topo, lugar de onde nunca deveria ter saído.
RND – O que te inspirou a colocar “Quéops” no nome do eu próximo trabalho?
Lucas hakai – Eu criei um conceito em volta da pirâmide. Tipo, a pirâmide para ser construída teve muito sangue derramado, mas ela é bonita. E a quebrada em meio a tanto sangue, a tantas coisas ruins, também sai muitas coisas boas, pessoas com talento.
Enquanto o ep não chega, o som lançado ontem intitulado “Corre Loko” me fez refletir e muito. A narrativa da história de como é a vida dos jovens negros de periferia, constantes nas letras fortes do rapper, conta os “corre” que muitos amigos fizeram em busca de dinheiro e do sonho de uma vida melhor .
“Há tempos que eu não rezo, será que eu perdi a fé? Mais que isso, eu perdi uns amigos…”
A reflexão das rimas colocadas em cima do beat do Nizos, da Zenith, encaixou de uma maneira que permitiu a mudança perfeita do ritmo entre o refrão e as estrofes que compõe a música. Nesse trampo eu ouvi pela primeira vez o Shien, que faz participação no som, e chegou literalmente com os dois pés na porta. Uma combinação que ficou muito boa e que eu espero ver em futuros trabalhos.
A produção do vídeo clipe ficou por conta do Matheus Menucci, que fez um excelente trabalho de narrativa no roteiro em formato storytelling, que te deixa envolvido no que a música diz, com um final que surpreende. (assistam!)
A captação do som ficou por conta do Anderson Peixoto, da Purple Gang, Mix e Master produzidos pelo estúdio NoCentro.
Vale muito a pena conferir esse trabalho dos manos que colocam o rap do ABC na cena.