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Lembrando da Chacina da Gamboa, Tas lança “Mantém a Fé”

Mantém a fé!“. Essa é a mensagem do próximo lançamento do artista baiano Tas, que volta às origens do rap de protesto entrelaçado com a estética do drill para lançar a sua homenagem a memória de Alexandre dos Santos, Patrick Sapucaia e Cleberson Guimarães, vitimas da Chacina da Gamboa, em Salvador-Bahia.

Como relata Tas em seu lançamento, os 3 jovens foram vítimas da violência policial e acabaram vindo a óbito.

“É algo muito comum, mesmo sendo trágico dizer isso. É algo que faz parte da nossa vida, sendo uma pessoa preta, desde muito cedo. Quantos amigos você já perdeu? Quantos familiares? Tudo isso com a justificativa de uma falsa ‘guerra às drogas’, que na verdade é uma guerra contra o favelado. Essa é a guerra de verdade, contra os pretos e pobres desse país“, disse o artista ao falar sobre o lançamento da faixa.

“Mantém a fé!” vem com clipe assinado por Artivis e fotografia por GB (fotógrafo do selo Brado Estudio). O audiovisual, gravado no subúrbio da capital baiana, visa mostrar que as favelas e comunidades podem ser mais do que só o contexto violento que tentam vender sobre elas.

“Gravamos o clipe em Paripe que é um bairro muito especial para mim, grande parte da minha família é de lá e faz parte da tradição do bairro todos que acabam falecendo terem seus nomes escritos pelas ruas, nos muros e tal. Eu sempre achei isso muito bonito e se a mensagem que eu quero propor é de trazer a memória de quem se foi acredito que não tinha lugar melhor pra somar na ideia” comenta Tas.

A música, que já contava com mais de 10 mil visualizações nas prévias, conta com um instrumental produzido pelo beatmaker baiano Venuz e produção final pelo Baruan Studio, o mesmo dos artistas Ruan Tenente e Raiashi.

Dentro de um contexto onde Salvador é a cidade mais negra fora da África e tem a segunda polícia que mais mata no Brasil, apenas atrás do Rio de Janeiro (segundo dados do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), a obra vem com objetivo de trazer ao debate público a pergunta: quanto uma vida negra vale? Para além de números e estatísticas, as vítimas devem ser vistas e referenciadas por sua humanidade, tendo sua trajetória em vida lembrada, assim sendo, Alexandre dos Santos presente, Patrick Sapucaia presente e Cleberson Guimarães presente, hoje e sempre!“, completa Tas.