Poucas vezes um artista consegue a maestria em criar uma ambientação em suas criações. Tuty, em “Funeral“, faz seus ouvintes se arrepiarem.
O rapper gaúcho, da cidade de Rio Grande/RS, iniciou sua trajetória no rap há mais de dez anos. Ajudou a formar o grupo de rap Dirth South, foi quando então seu nome surgiu no cenário nacional.
No ano de 2012, Tuty participou de projetos como “Remixtape Emicida” promovida por Dj Nyack, na faixa “I love quebrada”, em colaboração com Rincón Sapiência. Outra participação notória foi na faixa “Olhe-se” da Karol conka. Que ano passado teve uma bela apresentação dos dois no Lollapaloza.
Em 2016, Tuty já tinha lançado seu primeiro disco solo, inteiramente produzido por NaveBeats, que ainda contou com participação de Ogi, Terra Preta e Laudz na batida, ouça o incrível disco do Tuty, intitulado “O Homem Que Colecionava Flows“.
Em sua nova era como artista, o colecionador de flow, Tuty lança a música “Funeral” e cria um filme de terror em formato de rap. Um cemitério foi utilizado como cenário para as filmagens. A chuva e as vestimentas, na cor preta, que representa o luto aos mcs, torna o ambiente de suspense, causando calafrios aos ouvintes. A criação é lotada de simbologia e boas atuações.
Quando os componentes de criação conseguem caminhar de mãos dadas, o resultado é uma obra prima. Em termos de processos de criação, temos os seguintes ingredientes: o produtor 808 Luke, que prepara um beat fantasmagórico; Tuty, que coloca toda sua métrica em um profundo desabafo, aliados a uma lírica inteligente; e a produção audiovisual de A corte completa a lista de componentes de funeral. O vídeo mexe com os sentidos dos ouvintes, transportando-os diretamente para uma trilha musical de terror e suspense.
Assista funeral, permita-se entrar na atmosfera da música, experimente os calafrios que ela oferece, deguste da melhor forma possível.
Trecho da música
“Perdoa Tupac, os rappers daqui já não sabem o que falam/ Copiam mil frases de efeito dos livros e pensam que abalam/ Se são questionados, gaguejam e a quebrada já sabe dos fatos”