Não é de hoje que Salvador vem agraciando o rap nacional com trabalhos originais e esteticamente particulares.
Mesmo (ainda) não tendo o reconhecimento condizente com o nível de qualidade dos seus trabalhos, a cena soteropolitana continua unicamente rica. No último sábado, dia 18, vimos mais um pedacinho dessa grande riqueza chamada RAP de Salvador.
O novo ouro trata-se da MIXTAPE LIBERTUS. Gravada na Sauna Rec. e mixada/masterizada por Man$ha, a obra traz cinco faixas onde encontramos as rimas ácidas de FIAES, GUS & MADRUGA.
“A MIXTAPE LIBERTUS expressa os anseios de artistas negros soteropolitanos, interpolando as singularidades que a Bahia possui culturalmente”, conta o release do grupo sobre o trabalho. E, nem todos os releases são exatamente sinceros (nem precisam ser), mas aqui os caras foram precisos.
Singularidade é a palavra que resume. O RAP soteropolitano é isso. Do vocabulário ao flow, tudo soa como original na Terra Sagrada e a MIXTAPE LIBERTUS conseguiu expressar isso com louvor.
Desde a primeira faixa “FIATSTYLO“, que é introduzida com um pagode que todo baiano deve reconhecer, Gus, Madruga e Fiaes conseguem “gastar” e ao mesmo tempo passar a visão com barras criativas e oportunas, que exaltam o povo preto e marcam um posicionamento bem direto.
Trampos como a Libertus fazem o rap contemporâneo respirar. O instagram do selo dos pivetes é esse aqui (salve RCA Co.) e eu aconselho muito vocês a continuarem acompanhando o som dos caras e de todo o seu coletivo.
A produção musical é assinada por Prillo, a direção executiva foi feita por Mvtheus Santana e a produção executiva é de Vitória Prado. A arte da capa e estética visual são assinadas por Pimpas86 com finalização de Nivibomb.
*A matéria foi escrita por um soteropolitnao, mas todas as opiniões estão isentas de clubismo.