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Entre graduados, negros ainda ganham 47% menos que brancos

De acordo com a pesquisa, para cada R$100 ganhos por trabalhadores brancos com ensino superior, um negro graduado ganha apenas R$67,58

Se racismo não existe no Brasil, o mato também não existe, pois racismo é mato por aqui. Em dados colhidos pela RAIS,  Características do Emprego Formal da Relação Anual de Informações Sociais, no ano de 2014 e divulgados pelo Ministério do Trabalho, mostra que a disparidade salarial entre raças ainda é uma triste realidade no Brasil.

De acordo com a pesquisa, para cada R$100 ganhos por trabalhadores brancos com ensino superior, um negro graduado ganha apenas R$67,58. A média salarial entre negros formados é de R$3.777,36 contra R$5589,25 de brancos graduados, quantia 47% menor, ou seja, quase a metade.

Já para a população identificada como parda, a diferença ainda assusta: R$72,35 para cada, contra os R$100 entre os brancos. Os dados informam também que, quanto mais capacitado, mais desvantagem um negro ou pardo tem em relação a um branco quando o assunto é dinheiro na conta no final do mês.

A menor diferença de brancos para negros, portanto, está entre analfabetos: a média salarial de brancos que não sabem ler ou escrever é de R$ 1.249,35 , enquanto para brancos é de R$ 1.144,48 (R$ 91,61 para cada 100), obvio não?!

Entenda a evolução de salários por grau de escolaridade, lembrando que a cor laranja representa os negros, o azul representa os pardos e por fim, o verde representa os brancos.

size_810_16_9_grafico_negros1Para Ronaldo Barros, chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do governo federal, barreiras subjetivas como o racismo ainda fazem com que haja uma presença muito menor de executivos negros, presentes nos altos postos de trabalho, impedindo uma maior remuneração.

Também há a ausência de negros em cursos superiores que pagam melhor e tem maior nível de formação, caso da medicina, engenharia e direito, por exemplo”, explica Ronaldo à revista Exame. “A Lei de Cotas nas universidades vem corrigindo lentamente essa presença, mas com três anos, ela não teve tempo de formar as primeiras turmas e colocá-las no mercado. Talvez nos próximos anos tenhamos uma redução dessa diferença.” pontua.