“Solilóquio é uma coleção de pesadelos, sonhos, experiências e sentimentos bons e ruins.”
Assim definiu sua obra o artista BardoBrabo, ou Rodolfo Souza, natural de Ipatinga de 23 anos que veio nos apresentar um álbum de 10 faixas com muita solidez e bem trabalhado.
Solilóquio, que é definido por um recurso literário que, diferente do monólogo, é um papo entre o eu lírico e sua alma e consciente, foi um álbum praticamente todo gravado por um celular e com beats autorais, algo bem pessoal que, até no processo criativo inspira o “mergulhar em si”.
Em resumo a obra vem abordando temas cotidianos da vida do artista, como as vivências do ambiente universitário, abuso de substâncias psicoativas e também o fato de que foi diagnosticado com bipolaridade e depressão, e quis expressar tudo isso através da música.
A atmosfera criada pelo álbum passa a ideia de uma conversa por áudios de whatsapp entre todas personalidades do artista, já começando na faixa Intro, que conta com áudios de pessoas que apoiaram ou influenciaram de alguma forma sua carreira musical desde o início. E na última faixa também podemos notar algo bem interessante, que é um áudio da irmã mais nova do artista, com a qual ele se permitiu aprender.
Este álbum tem muitos detalhes a serem comentados, porque vem de fato como um trabalho bem denso, como não se vê muito na cena hoje em dia. Convido aos leitores que degustem e descubram as várias outras faces.
Por fim, como comentou o artista, o objetivo da obra é mostrar que há alternativas para lidar com ódio, vícios e toda energia negativa que se carrega, de uma maneira que não é necessário machucar os outros, ou mudar sua essência para ser aceito.
É uma pequena amostra da minha mente.
BardoBrabo se inspira muito na cena underground brasileira -como Nill, YungBuda, Froid- e nitidamente conseguiu representá-la também.
O disco está disponível em todas as plataformas digitais. Siga o artista nas redes sociais.