“Arte e verdade é o que há de mais caro no rap“. Essa é uma das informações contidas no release de apresentação do grupo soteropolitano Underismo e como costumamos dizer aqui em Salcity: os pivetes não são de boca.
Criada em 2017 e atualmente formada por Jovem Senpa, Ares, o Alef, Alfa, Kolx, DJ Moura e Nobru, a Underismo nasce no cenário do rap de Salvador e ocupa um espaço que parecia predestinado para o grupo.
Após o EP de estreia lançado em março de 2018 e batizado de “R3$IDUO$“, ficou fácil de perceber que tratava-se de um coletivo acima da média.
Seja pela estética Underista/Futurista própria, pelos instrumentais sujos e gravações gastadas ou pela lírica ácida e sempre carregada de ativismo negro, a Under apresentou-se como um daqueles raros grupos de rap que você só quer desfrutar a oportunidade de poder ouvir todos juntos ao mesmo tempo, saca?
O último desfrutamento veio com o lançamento do videoclipe duplo das faixas “Peças” e “Drift“. Dirigido e roteirizado por Bruno Zambelli e com direção fotográfica de Ramires AX e Lucas Raion, a obra mostra o conceito estabelecido nos sons da “DEMOTAPE“, último compilado de faixas dos caras lançado em dezembro do ano passado.
Na tape, as faixas que falam de corridas, fugas, cobranças e o anseio pela melhoria coletiva são o cerne do trabalho entregue pela Underismo, do desmanche de peças no ferro-velho a montagem de peças nas melhores oficinas.
É inspirador notar a originalidade que acompanha a Underismo desde o seu nascimento. Morar em Salvador e poder presenciar o surgimento e evolução de uma galera com tanto potencial é uma benção. Terra Sagrada, né?
Mais do que personalidade e talento para transformar em rap todas as suas vivências, a Underismo representa uma resistência contra a artificialidade e vida de fachada. É o antídoto contra os falsos.
Como escreveu Jovem Senpa: “Hype: máquina de argumento fraco, sem fundamento; Like, post: Afundamento fácil, acelera hoje, amanhã beija o poste“.
Escute Underismo todo dia.
Fé na Under.