RND: Um prazer receber você para uma entrevista, Dollar G, a primeira pergunta é, qual é teu nome verdadeiro? por que o nome “Dollar G”? O que significa?
Dollar G: O prazer é meu, mano. Quem me conhece, sabe que sou muito pé no chão ao mesmo tempo que sonho alto, então cada pequena conquista é bem recebida e valorizada. Meu nome verdadeiro é Lucas Almeida Alencar, o que não tem nada a ver com meu vulgo, rs. E… ah, é um pouco complexo o significado de Dollar G, mas vamos lá, rsrs… “Dollar” é o valor monetário mais conhecido mundialmente, logo, a atenção tá principalmente nele. Com meu trabalho no rap eu busco isso, a atenção do ouvinte, dinheiro é consequência. G (lê-se Di) é uma gíria em inglês para gangsta, dinheiro e ladrão. No caso do meu vulgo, pode-se entender “ladrão de dinheiro”, ou como explicado anteriormente, “ladrão de atenção”, porque eu busco roubar a atenção do público com meu trabalho, rsrs.
RND: Quantos anos você tem e a quantos anos você faz Rap?
Dollar G: Tenho 21 anos e faço rap há 6 anos. Na verdade eu sempre rimei, desde os meus 7 anos, mas só comecei há escrever em 2007, por incentivo de uns amigos que me ouviam rimando todo dia na aula.
“Quem tem preguiça de viver a vida
não tem a cara de São Paulo”
RND: Quando e qual foi seu primeiro contato com o Rap?
Dollar G: Cara, não sei te dizer, faz tanto tempo, rsrs… mas que eu tenha vagas lembranças, foi quando eu tinha uns 6-7 anos.
RND: Você está gostando desse momento que o Rap Nacional está passando?
Dollar G: Se você me perguntar em 2 dias diferentes, te darei 2 respostas diferentes. Vou explicar o porquê. O rap nacional está com um público maior, porém, não aumentou tanto assim o número de pagantes… público bom é público que gera lucro, afinal, nenhum artista vive só de amor, né? Principalmente os músicos. E o Rap Nacional tá muito individualizado, acho que ninguém entendeu ainda que correr só pelo seu ou correr só com sua panelinha, não quer dizer correr pelo rap. Isso não acrescenta em nada para o nosso movimento, que parece evoluir musicalmente, mas ainda há o preconceito e o egoísmo.
RND: Defina São Paulo para suas músicas?
Dollar G: São Paulo, ah… selva de pedra, a cidade que não para e todos os clichês já ouvidos. Todos procedem. São Paulo é a cidade onde as coisas acontecem mesmo, é o lugar perfeito pra quem gosta de fazer acontecer. Quem tem preguiça de viver a vida não tem a cara de São Paulo.
RND: Vamos falar da sua nova música, conte um pouco mais sobre essa track.
Dollar G: Então, a faixa “Quantas Vezes” foi uma faixa que, assim como todas, escrevi inspirado no que eu estava e estou passando, então o trabalho da composição foi bem simples e verdadeiro. Assim que terminei de escrever e fiz o refrão, pensei “Putz, eu não sei cantar, preciso de alguém que case com essa letra e melodia”, aí logo pensei na Drik Barbosa e apresentei a ideia pra ela. Não foi o primeiro som que a chamei pra participar… e ela, como de costume, gostou da ideia e posso dizer que arregaçou na gravação! kkkkk… Agora, meu mano Gah MC, é um cara que sempre vi humildade e verdade nas letras e assim como a Drik, achei que ia casar com a ideia do som. Acertei em cheio e o resultado não poderia ter sido melhor, sou muito grato a esses meus 2 grandes amigos. Vou falar mais em outra pergunta, mas esse som faz parte da mixtape “Fênix: Ressurgindo das Cinzas”.
RND: a Produção dessa nova música ficou por conta de quem?
Dollar G: A produção ficou por conta do meu amigo, ‘irmão’ e produtor Thomas Freymann (mais conhecido como TH), dono do Estúdio Di Responsa e foi uma instrumental feita em colaboração com outro produtor, o Mauricio Martins (mais conhecido como M2). Uma coisa que posso dizer é que amo piano, pela simplicidade e intimidade que ele passa em cada nota… e a instrumental não poderia ter ficado melhor! rsrs
RND: O que falta ainda pro Rap Nacional na sua opinião?
Dollar G: Ah, como dito anteriormente, acho que falta o público crescer em questão de mentalidade. Nós lutamos contra o preconceito e temos preconceito, como assim?! Existem vários tipos de rap? Existem, mas é tudo rap! Alguns tem mais dinheiro e falam sobre isso, outros não falam do que não vivem, outros falam sobre o que não vivem e outros preferem passar uma mensagem, porque a música foi feita pra passar mensagem, seja ela qual for. Enquanto o público do rap ainda for dividido, o rap será dividido. Quem tá no corre, sabe respeitar cada artista que conseguiu qualquer conquista, seja ela grande ou pequena.
RND: Qual é a sua dica pra quem está começando agora a fazer Rap, vale a pena mesmo tentar?
Dollar G: Pô, quem sou eu pra dar dica? rs… Mas eu posso dizer que quem quer começar a fazer Rap, tem que começar a fazer por amor e hobbie, porque não é fácil e nunca foi. Dê valor à sua família e as outras coisas que te fazem bem, porque o Rap vai te bater MUITO antes de te deixar tentar levantar. Eu quase sempre gravei longe de casa, sempre fiz por amor, então eu gastava 2h30 pra ir gravar… e cada noite mal dormida ou não dormida, valeu a pena. Isso tudo porque sempre fiz por amor.
RND: Cite algum artista da nova escola do Rap Nacional do qual você gostaria de dividir uma música? e de fora do RAP, tem algum?
Dollar G: Cara, posso citar vários, mas pensando rápido me vem na cabeça Don L, Rael, Rashid e por aí vai… Alguns, inclusive não citados, já estou fazendo o corre pra uma futura parceria. Agora, fora do rap, alguns podem achar estranho, mas eu curto música boa independente do estilo e o Jay Vaquer tem uma voz muito boa, vi um show dele em que foi só piano e voz e depois disso eu virei mais fã ainda do trabalho dele. Existem outros, mas não me recordo no momento mas qualquer parceria boa é bem vinda.
RND: O que você planeja pra 2013?
Dollar G: Esse ano lançarei meu primeiro projeto, a parte I da mixtape “Fênix: Ressurgindo das Cinzas” que tá bem pesado em relação a letra, participações e produções. Fora isso, já estou começando a trabalhar na parte II e em outros projetos paralelos como participações e etc. Posso adiantar algumas produções da mixtape como DJ Le, TH, Pébeat, Phillip (Zero Records), ShaggyProductions, DJ Duh, DAC e etc. E participações, posso adiantar algumas como Fhato, Aleh Rulli, Rodrigo Roque, TH e Barcelona.
RND: Dollar G, foi um prazer ter você para uma conversa, e essa última é pra você deixar contatos como e-mails, redes sociais, telefones e qualquer coisa que você achar necessário, muito obrigado pela entrevista… você está no caminho certo, muito sucesso pra você, a equipe do RND é fã do seu trabalho desde muito tempo atrás!
Dollar G: Eu é que agradeço a vocês do RND. Afinal, cada conquista é valorizada e pode ter certeza que essa é uma delas. Obrigado mesmo!
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