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Belém no mapa! Cypher ‘Teatro dos Vultos’ da banca RED HAZE faz barulho e impressiona pela produção

No último dia 18, a banca RED HAZE colocou o Norte no mapa com a cypher “Teatro dos Vultos“, que uniu os grupos Cachalote, Zero Gang, e o mc Nero Devon, que compõem a banca.

No último dia 18, a banca RED HAZE colocou o Norte no mapa com a cypher “Teatro dos Vultos“, que uniu os grupos Cachalote, Zero Gang, e o mc Nero Devon, que compõem a banca. Os mc’s vieram rimando em uma base do NVSDS que é integrante do Zero Gang, e beatmaker oficial da gang. Assim que o Nero entrou em contato comigo pra mostrar o clipe fiquei impressionada com a qualidade da produção e com tanto talento diferente reunido em um mesmo som, fui dar aquela investigadinha no perfil dos meninos e descobri que eles são de Belém, aí falei: “fi, Belém tem que estar no RND“.

Mesmo estando tão longe, tive o prazer de trocar ideia com os caras e deu pra entender bem o porque funciona. Funciona porque os caras tão afim de fato, é uma união bonita. É inegável e muito importante ressaltar a dificuldade que é produzir um som, ainda mais no nível que eles estão produzindo, por questões financeiras, por questões de como o mercado musical se fecha em um mesmo eixo. Os meninos falaram um pouco sobre isso e como é pra fazer dar certo.

A gente começou a enxergar o corre do rap com outros olhos depois de 2015, e eu diria que agora estamos mais focados nisso do que nunca. Tanto na questão de composição, produção, quanto na organização. O plano da RED HAZE é dentro de pouco tempo ser um selo mesmo, abrir nosso próprio estúdio e começar a trampar 100% independente. Enquanto o estúdio não fica pronto a gente grava nos estúdios que tem por aqui, papo de coleta mesmo, geral se junta e racha a despesa”, explicou Nero.

E além dessa força de vontade, dessa disponibilidade financeira, onde cada um se doa um pouco, a banca também vira porque, acima de tudo, os caras realmente se portam de maneira coletiva, democrática, todas as decisões são sempre tomadas em conjunto, os caras realmente levam a sério a filosofia de ser uma irmandade. E uma coisa é certa, quando esse é o sentimento que impera as coisas acontecem, e fica claro até pra quem não conhecia o trampo, como eu.

Quis saber dos meninos como foi compor esse som, de onde surgiu a ideia, se rolou alguma inspiração específica pra cada um deles, se eles seguiram uma linha de raciocínio, e o Benê, da Zero Gang, começou falando um pouco de como foi pra ele: “Eu me inspiro na emoção do momento, ou sobre qual sensação o beat me passa. Sou amante do trap e é o que me dá onda pra largar várias linhas fortes como costumo fazer, nessa cypher tive uma certa dificuldade pra concluir uma letra que me dessa onda, tanto que mudei a letra toda no bonde indo gravar. A minha vontade no som era escrever coisas o que normalmente ninguém escreveria, falar sobre o que normalmente ninguém falaria, sem medo de ser feliz, é o que sempre procuro fazer. Antigamente eu queria ser tanto mc… ser tanto como muito nego da cena, que hoje em dia só quero ser Bené, que curte uns sons loko, e gosta de misturar problemas psicológicos com putaria nas letras”.

Pro Botelho, também da Zero Gang, as motivações são um pouco diferentes: “Meus versos começam com devaneios, até certo ponto uma busca à missão de vida que faz paralelo ao mundo do rap e ao nosso cotidiano, ‘mcs mostram suas dádivas’, a luta dos manos, a fama, o sucesso, a ilusão, a razão e a emoção disso, será que vale a pena as tretas, o corre? O que levaremos disso? Logo em seguida a afirmação do nosso corre e do sangue dado por ele, sou um mc que gosto muito das entrelinhas dos versos, me inspiro muito no sentido e enigmas da vida”.

Por mais que a cypher seja um movimento que tá rolando em peso, essa não foi a motivação pros meninos investirem no formato. A escolha deles tem muito mais a ver com uma aproximação com essa coisa mais old school, esse rap ácido, sem papas na língua. Pra eles a cypher é um modelo que possibilita isso e,  quando o beatzao bateu mesmo, fluiu a ideia e teve esse resultado bem orgânico.

E daqui pra frente esse conjunto de talentos tão diferentes, mas tão unidos, continuará fazendo bastante barulho, a ideia deles é se tornar realmente referência no Norte, e a outra cypher que tá pra sair, o CD do Nero, o clipe da Zero Gang, a ideia de se tornar um selo, de agregar outros mc’s, e todos os outros projetos só diminuem o caminho para que eles realmente possam ser essa referência. Vamos ficar ligados!