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Confira a Cypher “Nordeste Sem Lei”, com Lukas Kintê, Marttinez, Henry, TK e Torre

Com direção e edição de Rogério Gomes, gravado pela CIENTE, na comunidade da Portelinha, a Cypher “Nordeste Sem Lei” une cinco MC’S que são do bairro de Paripe, no Subúrbio de Salvador. A iniciativa foi de Lukas Kintê, que convidou Marttinez, Paulo Henry, Bilo TK (Legião13) e Torre (CTC33) para participar do projeto. O beat foi feito por Henry e a gravação, mixagem e masterização da faixa, por Christian Dactes, no NaCalada Rec.

De acordo com Kintê, “Nordeste Sem Lei é um grito em relação ao Rap na sua essência e ainda traz a indagação de uma cidade e suas mazelas, vivencias, buscas da certeza individual e uma melhora conjunta”. Na cypher, é possível notar os flow flipados, speeds flows, puchilines, e melodias, mostrando que, de fato, “o Rap nordestino está ativo, acordado e disposto”.

Na abertura, Kintê fala sobre algo rotineiro nas quebradas, as ações truculentas da policia ao invadir a casa dos moradores, dar tapa no rosto, dentre outras coisas. Ele ainda faz alusão ao candomblé, quando diz que a proteção está no quarto do Santo e também, que a cobrança virá por parte de Ogum, Òrìsà dono do ferro e que sempre está pronto para guerrear.

Já Marttinez, diz que “para se saber se algum “rap” é bom, não é preciso olhar pra bandeira do estado”, é também uma critica a quem acredita que rap só é ativo no Sudeste do país e não é bem assim. Inclusive, nos últimos meses, a cena nordestina está em ascensão e a cada dia que passa, diversos mcs têm ganhado destaque.

Paulo Henry trouxe referência até a DragonBall Z, falando do seu “KI”e que, enquanto muitos reclamam, ele correu atrás do dele, se dedicou, “se internou no estúdio” para dar o melhor de si e calar a boca de quem desacreditou. Além de dizer “a coisa tá boa, tá preta”, indo contra uma frase bem racista que é “a coisa está preta”, que geralmente se associa o “preto” a algo ruim.

TK destaca a luta pelos irmãos que se foram “em vão”, critica a milícia, que aterroriza muitas famílias na favela e, geralmente, tais famílias, por medo, cedem às exigências. E ele ainda diz que “pode então engatilhar, palavras machucam mais do que matar”.

Torre, assim como todos os demais participantes, veio bem pesado nas linhas e falou que “quanto mais o crime recruta, mais o crime mata”. E, infelizmente, é o que ocorre quando os menores são atraídos pelo “dinheiro fácil” e talvez, porque pensam em se “aventurar” no envolvimento com o crime.

A cypher está bem completa e com várias mensagens a serem passadas e decifradas pelos ouvintes. Confiram o vídeo na integra:

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Trecho da Música
“É só saraivada de tum tum tum tum pá / “cês” armaram pra vim me matar / Fique esperto que Ogum vai cobrar”

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