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Conectando música com o Candomblé, XR777 chega sob a produção de Djonga, Coruja BC1 e Gaspar Z’África

Na última sexta-feira (17), o rapper baiano Xarope MC lançou seu novo álbum intitulado “XR777“. Com a produção de Djonga, Coruja BC1 e Gaspar Z’Africa, o disco aborda sobre o Candomblé e a importância da espiritualidade nas periferias brasileiras.

XR é Ogan, Osi Axogun, detentor do obé, o que mata para dar vida! Na liturgia religiosa,
significa multiplicidade, perpetuação, renovação e acima de tudo renascimento. O álbum já está disponível em todas plataformas digitais, lançado através da Tratore, distribuidora de música independente do país.

Há vinte anos dentro do movimento hip-hop, Xarope MC é natural de Salvador (BA). Sempre se reinventando e redescobrindo dentro da cultura, Bivolt, Nego Blue, Nego Freeza e Jhomp chegam junto com ele neste trabalho, que traz essências do rap, samba, e também do rock. Ele explica:

O disco foi feito para ser versátil. ‘SSA‘ tem totalmente a pegada da música
baiana, do pagodão baiano. Já a faixa ‘O combinado‘ já vai com a malandragem do samba
carioca e do samba paulista. E tem a ‘Drink com capeta‘ que já chega mais perto do rock n roll. O maior destaque da obra com toda certeza foi ser dirigido por Djonga, Coruja e Gaspar
devido a estrada dos caras. E mesmo eu sendo mais velho que o Coruja e Djonga, eu só aprendi porque tive que estar aberto para aprender uma nova linguagem de rap e
uma nova forma de fazer música. Na outra pegada eu era o Xarope, agora como XR777,
é uma outra linguagem e forma de viver a arte
.” Ele completa.

É exatamente isso que XR777 canta e apresenta nas oito faixas de seu álbum, sua vida e principalmente o que lhe faz estar vivo: filhos, amores, família e fé. A obra é repleta de surpresas e mensagens, fazendo o ouvinte viajar em sua musicalidade, versatilidade e maturidade apresentada.

O artista traz para o público uma forma diferente de entender o Candomblé, como somente a arte é capaz de profetizar. Logo na capa, já podemos reparar algumas referências, e ao escutarmos a primeira música “Drink com Capeta“, já fica totalmente explícito a mensagem que Xarope quer nos transmitir.

No ano de 2018, ele fez parte do projeto “Perfil“, idealizado e realizado pela Pineapple Storm, sendo o EP 61. Agora ele chega mais maduro e adaptado para a cena, mantendo sua originalidade musical única, e com um time de peso na produção. Xarope também comentou sobre tempos recentes bem difíceis e de como nasceu a ideia do projeto:

Fazer música de periferia em Salvador, principalmente quando não se tem recurso, é muito difícil. Esse disco veio de um processo que eu estava muito triste no meio da pandemia, sofrendo muito, com crises de ansiedade, depressão e tudo mais. Disse a Djonga que estava muito triste, pensando em parar com a arte, e ele me disse ‘velho, se você tá triste, vamos colocar isso dentro do estúdio e trabalhar. Vamos gravar. Por que você não grava um disco?'”, conta Xarope. E assim nasceu o projeto.”

Um homem arte!
Um homem negro!
Um homem arte, negro, baiano!
Um homem arte, negro, baiano e candomblecista!

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