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Com potente discurso racial e social e promovendo ponte entre afeto e luta, Thiago Elniño lança o álbum Correnteza

O mais novo projeto de Thiago Elniño foi lançado no dia (23/03) em todas as plataformas musicais, em nova obra o artista busca provar que pretos não vencerão guerra alguma contra o racismo se deixarem de ser compreensivos e afetuosos entre si. O disco produzido e mixado por Martché e masterizado por Jorge Luís Almeida, e a identidade visual de Guilherme Kozlowski.

Thiago revela que após o forte Pedras, Flechas, Lanças, Espadas e Espelhos (2019), que contou com participações de Luedji Luna, Rincon Sapiência e Tássia Reis, ele queria fazer um álbum mais afetuoso e mais reconfortante, mas diante da caótica realidade do Brasil e do mundo, só isso não bastaria.  Uma das inspirações do artista para concretizar o trabalho foi o provérbio africano “a água sempre encontra seu caminho”. “Esse é um momento onde temos poucas perspectivas enquanto humanidade, ainda assim, você tem que entender que as coisas podem dar errado dando certo, ou dando o menos errado possível, e a única opção que a gente tem é seguir em frente tentando estar o melhor que pudermos”, diz o artista e pedagogo que vê o movimento das águas como símbolo de força e perseverança. “Nesse momento, precisamos ser correnteza”, afirma. 

O álbum chega permeado por referências, como o afrobeat de Fela Kuti, o samba e a música de terreiro. “Fela Kuti é meu maior ídolo na música. Em Correnteza, acredito que, enfim, essa influência se mostrou de forma mais direta na sonoridade”, comenta Thiago Elniño. “O samba e a música de terreiro também estão completamente presentes no meu trabalho”, conta sobre as referências da obra vista por ele como mais um passo para aprofundar a afro-brasilidade que suas músicas carregam e afastar estereótipos de que o rap seja nacional seja só “um derivado do que é feito nos Estados Unidos”. 

A faixa “Dia de Saída” conta com um videoclipe, que se assemelha a um filme pela produção e pela qualidade da obra. Nessa faixa há uma parceria com Zé Manoel, o rapper representa uma conjuntura maior de como o mundo vê a população negra, o homem negro e a sua cultura, além de cravar a confiança de que dias menos doloridos estão por vir. “Quando a gente sair daqui, eu não quero ter que lembrar dos dias que lágrimas regaram dores que o tempo não vai conseguir apagar”, canta ressoando que o sentimento de alívio está sim a caminho. https://www.youtube.com/watch?v=VVZ5Rz8uLWQ

O resgate da ancestralidade e do próprio passado também é um dos elementos chave no álbum, como em “AfroSamuraiGuerreiroNinja (O Retorno)”, mas de outra forma aqui, Thiago revisita a própria obra e traz uma nova versão de uma de suas músicas de maior alcance. “Eu não gosto de fazer rap que tem como temática o próprio rap, mas, nesse caso, pela conjuntura que foi escrita e pelo cenário de hoje, coube”, diz ele. Na faixa seguinte, “Hoje Não!”, o artista ainda resgata a parceria com o amigo e rapper carioca Sant, colaboração que sucede o encontro eternizado no hit “Pedagoginga”, lançado no álbum A Rotina do Pombo (2017). “Aqui, mais uma vez, a sonoridade afrobeat fica em primeiro plano, à medida que eu quis remeter aos bailes de Fela Kuti, em Kalakuta”, revela sobre a canção de versos que misturam reflexão e “momentos tirando uma certa onda”. 

O álbum de Thiago é uma chuva de representatividade, e uma breve visita as raízes afro-brasileiras do artista e que representa milhões de pessoas que fazem parte da obra, e já está disponível em todas as plataformas de streaming de música. https://backl.ink/145641614