Single: Timoneiro
Ano: 1998
Faixas: 1
Músicas:
- Timoneiro (Part. Black Alien)
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Cai, o muro de Berlim
E as rádios tupiniquins
Ainda amarelam de tocar algo assim
Hoje em dia talvez se eu não “tivesse” nesse jogo da rima
“Taria” a sete palmos abaixo de terra
Rosas vermelhas caindo
E meus camaradas lá em cima
Sem deixar pegadas ou pistas
Quilos e quilômetros de boas batidas e rimas
Em 12 polegadas
Bem debaixo de suas barbas
Bem debaixo de suas vistas
Olhando pelo olho do meu futuro sogro
Figuro como figura malquista
Fico melhor na cela como réu
Do que na sala como visita
Insisto e recuso “istas”
Sismo e rechaço “ismos”
Por isso não insista
Blasfeme, esbraveje
Me mande para aquele lugar
Pois não há onde não fui
Bisneto de Alá
Neto de Marley
Filho de Rui
Organismo, forma, gen que rebate sangue ruim
Deus, agradeço tudo que tenho
Família e amigos, rascunhos de desenhos
Os pretos na casa grande
Senhores feudais ralando nos engenhos
Foda-se da onde venho
Na sua frente estou, pow
Quebrou o espelho
Sete anos de azar, vou dar
Um perdido nos que se acham
Não tem mais como voltar, a-ha
Quero ver como tu vai sair dessa
Quando o Gustavo Black entrar nessa
Mc’s correm para todos os lados
Enquanto o peso pesado
Sinistro e sem pressa
Aladdin sorri para mim
Voando no tapete mágico sobre a Pérsia
Ou Babilônia
Engraçado ver como nego dispersa
Minha insônia
O rei versus o vice versa
Bom som, chega de conversa
Black Alien liderando o bonde
Partiu
Para a Atlântida
Sem quem impeça
Submarino amarelo agora é preto
Rumo a cidade submersa
Situações diversas, adversas
Adversários, vários
Tem por aí
Mas é pra isso que “tamo” aqui
Piscou o olho, sumi
Mulheres e crianças primeiro
Enquanto eu vou no timoneiro (4x)
Não adianta chamar de flow
O que para mim sempre foi levada
A desenvoltura com as palavras
Intimidade com as historias mais amargas
Sensibilidade para falar de assuntos delicados
Meu discurso e mais incisivo que a ponta de uma agulha
Estiletes bem amolados
Para contar o que rola nas quebradas
Sou que nem uma agulha no palheiro
Para me achar vai ter que me procurar o dia inteiro
Quase ninguém tem meu telefone
O meu endereço
Tem nego que tenta descobrir de qualquer jeito
A todo custo, paga qualquer preço
Não gosto de muita mirabolância
Nem de muito adereço
Qualquer coisa ruim que aconteça comigo
Demora um pouco, mas alguns dias logo esqueço
É que na escola nunca fui bom em decorar tabuada
Sinta o poder de esclarecimento do meu flow
Como queira, da forma que preferir
Ou como eu diria do meu jeito
O poder da minha levada
Afiada, como o fio de navalha
Destroçando seus argumentos
Que em fragmentos reunidos
Bem costurados ainda podem me servir de mortalha
Para ser enterrado
Mas muito bem alinhado
Logo quando perder
A última batalha
No nosso duelo vou ser o carrasco
Que vai cortar sua cabeça
Fazer de você um fiasco
Do século
Guardar seu cérebro num frasco
Sexos, plexos, nexos, cactos
Cidades fantasmas, espectros
Pense bem no que você vai deixar pros seus netos
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