Direto de Guaratinguetá, em São Paulo, o coletivo a Banca do Loko lançou na última semana um dos sons mais papo reto do ano. Formado por Tulinho, Vaz e Luno, a faixa ‘Pokas‘ é uma letra de reflexão em cima de um boombeap clássico com um instrumental de piano que casam perfeitamente.
Retratando a marginalidade e o preconceito que quem vem de quebrada entende bem, o som retrata as dificuldades para fugir das oportunidades que o crime oferece e o cotidiano da periferia em uma quebrada de uma das maiores metrópoles do país.
Com versos afiados, os artistas descrevem com precisão o quadro social que encontramos por todo o Brasil, falando de tráfico, opressão policial, sistema carcerário, racismo, e diversas dificuldades que a minoria enfrenta todos os dias.
Olha onde eu cheguei mãe, eu queria tanto que você me visse… Cadê os vizinho que te falou que o Leandro não ia nem passa dos 15?
Trecho da música ‘Pokas’
Eu tinha tudo pra ser um nada, ofertas, drogas e armas pesadas Disposição pra cata no oitão… Usei a disposição pra cata na enxada!
Ser independente e fazer um trampo que toque toda a quebrada é uma grande missão, e a Banka do Loko conseguiu fazer isso com esse som.
A produção do web clipe também chama a atenção, com efeitos muito interessantes nas partes certas, e uma produção simples, ele se junta a música para na sua simplicidade atingir realmente o público em que a música é direcionada. Sem muitos enfeites ou ostentação desnecessária.
Gravamos o som que a quebrada precisava escutar, sem pensar em marketing ou mainstream o foco foi puramente a nossa realidade, de onde somos! O web Clipe foi feito com um moto g5 todo ferrado (risos). Procuramos capitar imagens que remetem ao conteúdo da música sendo que grande parte desses locais são diretamente ligados aos ‘’perrécos’’ que a vida louca trouxe aos nossos sons, deixando registrado também em memória do mano ‘’Trucão (falecimento em 09/02/2020).
Conta o grupo ao RND
Com produção de Smoke Chriss, mixagem de Dj Lu (EDR prod) e filme de Luno, a faixa é um choque de realidade para quem não vive a realidade das periferias e traz em sua essência a época de ouro do rap.
Vale a pena conferir essa pedrada e se aprofundar em cada linha: