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[Análise] Néctar mostra o lado sombrio do Rio na mixtape “Seguimos Na Sombra”

Seja nas rimas rasgadas dos mc’s do grupo ou nas ótimas produções – em sua maioria regidas pelo JXNVS – a mixtape cravou o nome da gang na cena, esbanjando sagacidade e originalidade.

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Na produção, a mix viaja do boombap ao trap, sempre mantendo o clima sombrio e permeado pelo funk, demonstrando a versatilidade dos produtores ao mesmo tempo em que eles criam uma identidade para o trabalho. Mesmo com diversos produtores assinando as bases do disco, notamos uma sonoridade homogênea, o que pode representar algo bom para uns ou repetitivo para outros.

Nas rimas, apenas duas participações: Sain, do Start, versando em Osíris e Qualy, do Haikaiss, fazendo os refrões e a ponte da faixa Medusa. Os mc’s do grupo abusam do vocabulário escrachado e um delivery raivoso, mas nem sempre eficaz. A imagem que montam do Rio e de seus picos nas faixas é vívida e natural, algo que deve ser sempre valorizado. As gírias tipicamente cariocas que estão sempre presentes nas letras aproximam o grupo do ouvinte do Rio, mas isso não impede os fãs de outros estados de ouvir e curtir as letras. Destaque especial para as ótimas faixas Medusa, KGL e Esquinas em Guerra.

Abordando os mais diversos temas, de rolês à críticas sociais, o que nunca sai de cena é a imagem suja e sombria do Rio de Janeiro que o Néctar passa com maestria durante toda a mix.

[taq_review][su_button url=”http://104.248.15.2.br/artistas/nectar/nectar-seguimos-na-sombra-mixtape/” target=”blank” style=”3d” background=”#181818″ size=”5″ wide=”yes” center=”yes”]Baixe a mixtape “Seguimos na Sombra”[/su_button]

[su_spoiler title=”Extra: Entrevista com JXNVS” open=”yes” style=”simple” icon=”caret”]

RND: A vibe da mix é sombria, mas agrega também um clima de funk carioca, filmes de terror antigos e jogos dos anos 90. No que você se inspirou para compor as faixas?

JXNVS: Me inspirei na sujeira, na vivência e na atmosfera da KGL (Catete, Glória e Lapa), isso inclui os ‘cracudos‘ e a decadência do centro do Rio de Janeiro.
A atmosfera também é algo derivado dos fliperamas, das bocas de fumo e aquele suspense que se vive quando não sabemos quem vem de baixo.

RND: É você que assina toda a produção do disco?

JXNVS: Não assino todas as produções do disco, embora tenha editado todas. Nós contamos com um time de peso, com o Gori Beatz assinando Marginais e Medusa, Sain em Osíris, Léo Justi nas guitarras da Hino e Iky Castilho produzindo a faixa, além de ter mixado e masterizado a mixtape.

RND: O som do Néctar tem uma pegada bem suja, underground, esse tipo de rap está fluindo no Rio?

JXNVS: Não sei bem se é isso que tá fluindo no RJ. Na realidade tenho escutado muitos samples e raps gringos, planejando os próximos passos. Mas acho que a sujeira sempre vai estar no RJ, faz parte do cotidiano carioca.

RND: E a mixtape está dando um bom retorno com o público?

JXNVS: O retorno da galera está acontecendo, geral tá vindo elogiar o disco. Isso significa que vários ‘menó’ se identificaram em diferentes estados com o nosso lifestyle. É só uma questão de tempo até a parada rolar.

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