Sobre tudo isso que tá acontecendo em SP, no Brasil e no mundo:
Manifestações, abuso de autoridade, agressões, porém, pessoas de todas as classes saindo da zona de conforto. Se é que se pode chamar de conforto. Não bata no peito algo que você não é capaz de sustentar. Agora me refiro a diversos artistas: É muito muito fácil vestir a camisa de um partido em épocas de eleição. Fazer campanha, influenciar seu público, mas na hora de cobrar tudo que foi prometido, quem se propõe?
Vi amigos se revoltando quanto a postura do Haddad, por exemplo, cobrando mesmo, como foi combinado há poucos meses: “Se o Haddad vacilar, a gente vai cobrar”. Respeito, mas até agora, quase nenhum dos artistas que o apoiaram, pelo menos não os que tenho conhecimento.
E no mais… É muito fácil usar um momento como esse para divulgar suas músicas, clipes e os caralho a quatro. Sim, vão buscar aquelas letras que mais se enquadram no momento, afinal, é claro que terá visibilidade, porém, o povo não é bobo, o público não é.
Da mesma maneira que podem influenciar o voto, gosto e postura de fãs e público em geral, podem alertar sobre como se proteger ou evitar pelo menos um pouco do pior que pode acontecer nessas manifestações. Como já foi dito por aqui: “deixar de olhar um pouco pro próprio umbigo seria muito pertinente”. Falo pelo movimento que frequento, admiro e amo desde sempre: o Hip Hop.
Não sei por onde anda a maioria dos linhas de frente. Poucos se manifestaram. Quase ninguém. Vi artistas – Mc’s, rappers, cantores e cantoras, como queiram chamar – muito ativos e questionando sobre tudo que vem acontecendo, tentando fazer algo. Se não vão pra rua, OK, ninguém é obrigado, é normal ter medo e querer se proteger, mas ignorar tudo que vem acontecendo é no mínimo bizarro.
A cidade, o cotidiano, as injustiças sempre foram matéria prima pra tantas letras de música, de rap então, nem se fala. Assim como essas mesmas ruas foram cenário pra tanta coisa. Então acho que, se for assim, não se deve mais usar tanto algo que não se sustenta e não se protege depois, com unhas e dentes. Como nas músicas.
