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Boombap classudo e a realidade: Confira o álbum de Billyfat

Um fato é: a porta não foi aberta pra todo mundo no nordeste, inclusive, nem pra todo mundo que merecia na Bahia. Um exemplo claro disto é Billyfat. Do sul da Bahia e membro do #OMC (Oferecimento Mafia Crew), BillyFat lançou recentemente seu segundo disco.

“A Divina Comédia” de BillyFat é uma obra enxuta e direta. Em bases de boombap que transbordam classe, kilos e kilos de jogos de palavra. Rimas técnicas, rimas português x inglês, rimas e mais rimas. Falando sobre sua realidade, sua vivência e não escondendo nenhuma sujeira que faz parte de tudo.

O título explica a fragmentação das 13 faixas, tal como a obra de Dante Alighieri, é dividida em 3 partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso; Falando sobre a vivência de Ilhéus e ousando imaginar o futuro.

Cheio de flow, é agressivo e soa como se pegasse os mais culpados e simultaneamente os mais inocentes, chacoalhasse todos estes pelos ombros e mostrasse a realidade do Brasil. Falando sobre estado, repressão policial, racismo, tráfico, presença de facções no cotidiano, deturpação da mídia para com tudo isto. BillyFat nos coloca em seus olhos, vendo o mundo, cheios de crítica.

Um exemplo vistoso é a faixa “Matrix”, que narra de forma extremamente verossímil a revolta de quem assiste o mínimo das noticias. Na batida mais violenta, o rapper sulbaiano fala sobre episódios recentes de violência em larga escala contra o povo brasileiro.

https://www.youtube.com/watch?v=la_Zht-b_Vo

Toda a persona e imposição que Billyfat passa em suas frases e entrega, são sustentadas pela tua correria na vida real. Todas as participações do álbum são de artistas de sua região, onde é fortemente abraçado. Tem apoio da Aldeia Norte, Digital Appartus BR, Espaço 73, Cine Pivete e Dollarbills Tabacaria em sua carreira.

O desenho da capa foi feito por Lui$in e ilustra o rapper em sua condição natural: tendo a periferia em seu rosto e seu rosto na periferia; A confecção de capa, contracapa e cartazes de divulgação foram responsabilidade da Aldeia Norte.

A produção foi feita inteiramente por Lukas Hórus. Ao longo das tracks, houveram participações de outros sulbaianos. Bruno Congo, Kabuto, ElHermano, Cijay, Deb Santt e Eric Ricardo fizeram parte da obra.

O álbum se encontra disponível nas plataformas digitais e pode ser ouvido através do Youtube: