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SoundFood Gang in Rio

Em Maio de 2019, aconteceu a mini-tour SoundFoodGang in Rio: niLL & Yung Buda, a primeira do grupo e de seus integrantes em terras cariocas. RND foi conferir o primeiro show da tour, que aconteceu na Audio Rebel em Botafogo.

A pequena e clássica casa colecionou vários momentos históricos, e esse foi mais um deles. Show lotado, que pareceu estar acontecendo dentro de sauna. Tanto pelo calor, quanto pela fumaça. Do lado de fora, chovia MUITO alguns minutos antes do show e isso claramente não impediu ninguém.

Segue abaixo uma rápida entrevista com o grupo sobre a tour do RJ, feita minutos antes do show e registros fotográficos do acontecido.

P.S. Algumas fotos estão embranquecidas porque o flash não ultrapassava a fumaça densa na casa.


[Dico] Primeiro de tudo, como era a expectativa de fazer o show aqui? Que até onde eu saiba, você nunca vieram [pro Rio de Janeiro].

[Nill] Foi daora por causa disso aí, a recepção do RJ já era muito grande. A expectativa da galera já vem de tempos, cê tá ligado, nosso ouvintes daqui já vieram de muito tempo. Isso tá sendo maneiro. Agora, a gente vai conhecer o resto da cidade também. Amanhã tem Nilópolis e depois no sábadão, tem Ganjah na Lapa.

E essa parada aí, a galera geralmente quando vem faz um showzinho. Vocês vieram e já marcaram um mini-tour.

É pô, teve muita gente talentosa e esforçada trabalhando em prol disso há muito tempo. Galera da Black Assessoria, Salomão, Aori, Adalberto, eles já tão tramando essa parada há muito tempo. E preparando o terreno, porque não é só fazer show né? Rolou, matéria, entrevista, pessoal fez um merch pra turnê exclusivo. Então, teve o trabalho de uma equipe há muito tempo já. Adalberto pode falar melhor, porque teve muito tempo envolvido.

[Adalberto] Esse evento aí, já tem brincando, de produção, uns 7 meses. Aori é um parceiro que a gente conheceu de longa data e ele é um cara que é bem organizado, tá ligado? Tinha umas fita pra fazer na frente, teve o FBC, o Delatorvi. Mas, ele sempre deixou bem claro a vontade de trazer a gente pra cá, tá ligado? E tipo, nada melhor que cê colar na quebrada com o cara certo. A gente tá feliz pra caralho, agradecer o Aori pelo trampo, tô feliz de tá trampando com as pessoas que ele escolheu, pessoal tá dando um super empenho aí. Quando chegamos no aeroporto, já tinha uns caras filmando nós, tirando foto. Então, pra gente tá sendo um negócio muito importante. Com uma estrutura daora. E no Rio de Janeiro né, como o Nill falou, era um lugar que a gente já tinha um feedback do público de longa data, os caras sempre pediram pra gente vim pra cá e a gente procurou vim da melhor forma. A gente até teve oportunidade de vim em show menor, até show particular, mas a gente esperou pra vim nessa bala mesmo, com o Aori que pra nós é um cara muito importante.

Aproveitando Adalberto, o SoundFood tem uma música que fala “a melhor gravadora que eu assinei foi a minha”. Quero tua visão de produtor, como é ficar cuidando desses doidão?

Mano, pra mim é muito fácil, de verdade. Já trampei com outros caras, outros grupos de rap. Mas aqui, o importante pra mim e que torna o bagulho fácil, é que todo mundo é amigo, tá ligado? A gente vem sorrindo, ninguém fica bravo com ninguém… (risos) Não vou falar que é as mil maravilha, mas até quando tem uns perreco, é levado em consideração a amizade, tá ligado? E pra mim, falar pra você, sou um cara abençoado, agradeço todo dia por trampar com os caras, os caras são talento raro do Brasa mesmo, quem conhece sabe. E eu só tenho a agradecer, a confiança que os caras colocaram em mim.

Agora Buda, quero que tu fale como tu viu e como foi a recepção do teu EP novo com a galera.

[Yung Buda] Achei que o pessoal recebeu bem até, achei que ninguém ia entender nada. Pelo nome ser uma sequência do primeiro, acho que o pessoal conseguiu entender que é mais do que um CD parte 2, é mais uma visão de transformação e de trabalho. E tô bem feliz com isso.

Agora, tu [Aori] eu quero saber como tá essa brincadeira. Sei que é o primeiro dia, mas por enquanto como foi. Muito trabalho, pouco?

[Aori] Uma experiência muito boa, tava até falando com eles, tudo que a gente faz bem pensado, planejado e com calma.. A gente vem falando disso há meses, vem falando isso com o Nill, a gente começou a fazer a música que sai hoje [Black Villain] e, porra, a gente faz tudo com carinho. Tem o lado comercial mas é tudo feito com carinho, dedicação e respeito. Quando vejo que eles são uma crew de moleque preto, que tem uma união, uma pureza assim junto. Isso motiva a gente a querer trabalhar, aí fica fácil de trabalhar como Adalberto falou, não é um bagulho de estrelismo, de só querer ficar famoso… A galera tem coisa pra dizer, foi isso que a gente sempre fez. E esse formato que a gente conseguiu fazer a turnê ficou bem legal, Audio Rebel abraçou desde o começo, Ganjah já é parceiro, Donan fechou lá em Nilópolis. Tá tudo fluindo.

Agora pra fechar, cês tão ligado que isso aqui [Audio Rebel] é uma casa clássica de rock aqui do RJ? Assim, undergroundzaço. Show pra no máximo 100 pessoas.

Eu já toquei aqui algumas vezes, é uma casa foda, uma casa clássica que tem esse respeito pela música, formadora de opinião. Um show que você vê de pertinho, artistas suando, com aquela proximidade, é outra história. Ai tu vai ver um Lollapalooza, o cara lá na puta que o pariu, melhor ver de casa.

[Mano Will] A energia é outra né?

[Nill] Posso fazer uma pergunta agora, como entrevistador?

[Dico] Por favor!

[Nill] Você como um ouvinte aqui do RJ, como é a brisa que te identificou com nós que é lá de Sampa, do interior de Sampa?

[Dico] Pra mim, a vibe sempre foi o som sujo. Eu conheci teu trabalho desde a época do Sem Modos. E o lance do SoundFood, além de estarem mandando bem, vocês parecem amigos meus que dão rolé comigo, mas que lançam CD, e vem fazer show na Audio Rebel (até o Mamute comentou isso no twitter). Sempre foi uma vibe de identificação e proximidade, o maneiro é que mesmo vocês crescendo, essa vibe continua a mesma.

[Nill] Eu perguntei porque o som daqui tem outro clima, né? As produções daqui tem outro clima.

[Aori] Deixa eu te explicar, o som de vocês tem muito a ver com a vibe Quinto Andar e Inumanos. Um som que é a margem da cena, como a gente era naquela época. Galera de favela, pesadona toda de preto, seriona falando de mazelas sociais e eu, Marechal e De Leve, era outra vivência, de centro do Rio (Lapa), colecionava disco, lia gibi…

[Nill] Maneiro, Maneiro… Queria mandar um salve aí pro RND, agradecer a força desde sempre e parabenizar por colocar o Didico aí na contenção. Até a próxima.