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Arquivo Negro: A voz do Gueto paranaense!

Criado em 1996, em Colombo (Região Metropolitana de Curitiba – PR), o grupo Arquivo Negro é considerado uma referência para a cena local, representando a velha escola do Rap, com composições extremamente críticas, que manifestam as dificuldades e sentimentos, expressados por jovens negros de periferia.

“A ideia surgiu, como forma de denúncia e oportunidade de expressar sentimentos, a triste realidade que vivíamos, a repressão, o racismo, os maltratos que os jovens pobre, preto de periferia sofrem”, contam.

Para os rapazes, suas maiores influências dentro da música são Racionais, 2 Pac, Gog, Public Enemy, Thaíde e DJ Hum, N.W.A, Tim Maia, Cassiano, Jorge Aragão, Sandra de Sá, Bezerra, Arlindo Cruz, Jorge Ben, Ray Charles, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, James Brown, Leci Brandão, Notorius Big, Gabriel o Pensador, Nate Dogg, Djavan, e assim, tentam trazer essas referências para suas rimas.

As primeiras músicas foram lançadas em parceria com o estúdio LaPaz em 1999, em uma fita cassete com as principais faixas, e em 2001, participaram da primeira coletânea RAP Paraná, também produzida pela LaPaz. A partir disso, as produções continuaram, porém, apenas em 2006 o grupo teve a ideia de lançar seu primeiro CD, através do Studio Kontratak, sendo lançado oficialmente em 2012.

Para os artistas, as motivações para compor podem surgir de qualquer aspecto da vida. “Do sorriso da criança, das lágrimas, desse abismo de desigualdade social, do cotidiano, do dia a dia. Puro sentimento, realidade… Somos cronistas dos fatos, escrevemos o que vemos, vivemos e sentimos”, descrevem.

O grupo, que já se apresentou por todo o país, conta que um dos eventos mais marcantes foi em 1999, na Casa do Estudante Universitário (C.E.U), que foi o primeiro com essa nova formação. “É difícil falar em show mais marcante, cada show é uma história… Mas tiveram vários, desde os palcos mais loucos aos mais simples”, relembram.

Outro acontecimento emocionante para o Arquivo Negro, foi uma apresentação no Centro Cultural do Portão (MuMa), em 2001, onde estiveram presentes aproximadamente 5 mil pessoas para assistir só grupos locais.

Uma das características principais do grupo é o foco para a periferia, onde procuram se apresentar sempre que podem. “Esses são os mais loucos. A gente se sente em casa, falando com gente da gente, vendo a molecada correr, sorrir… Você tentar levar um pouco de entretenimento, estimular os sonhos! Pregar para as pessoas que é possível vencer pelo certo, aí do palco improvisado você olha, olhos brilhando, outros com lágrimas. No final, aquele abraço sincero, aquele sorriso da tiazinha de pele sofrida, aquele ‘muito obrigado’ pelas ações sociais. Não tem valor que pague e faz com que, acreditemos que esses 22 anos valeu, vale é sempre valerá a pena”.

Sobre as próximas novidades, o Arquivo Negro pretende lançar um novo disco para o ano que vem, que contará com a produção do Studio Kontratak e do curitibano Zone Beats, onde prometem muitas surpresas, com uma “pegada diferente”, porém sem perder a essência!

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