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Slim Rimografia, a pavimentação do rap nacional e a sua volta com o clipe ‘Primeira do Dia’

Slim Rimografia com toda certeza é um dos responsáveis por essa nova geração do rap nacional, que foi catalisada por Emicida em 2008, mas antes disso, Slim Rimografia e alguns outros MCs pavimentaram essa estrada, assim como Racionais MC’s criou a cidade rap para nós brasileiros.

Após sua ida ao Big Brother Brasil, Slim Rimografia acabou perdendo um pouco da credibilidade que tinha dentro do rap e com isso um pouco da sua relevância foi perdida. O BBB não rendeu um milhão de reais  aValter Araújo, assim como não rendeu divulgação e exposição para alavancar sua carreira como rapper.

Esse é um texto de um fã do Slim, pois ele é o meu motivo para ouvir rap. Então eu digo, ele estava fazendo falta e a sensação que eu tinha, era que ele estava/está um pouco desanimado com o rap, principalmente com sua relevância e impacto dentro da cena. O seu álbum não teve um apelo comercial e também deixou um pouco a desejar, ainda mais se compararmos com a obra de arte que foi o disco “Mais Que Existir“, lançado em 2011 em parceria com Thiago Beats e que marcava a sua volta ao rap após anos sem lançar nada.

O disco “Mais Que Existir” começava com a música “Honra ao Mérito“, que conta com a participação do poeta Sérgio Vaz e Sorry Drummer. “Me Sinto Bem” é a música que eu ouvia e realmente me sentia bem. “Epifánia” tinha a participação de Filiph Neo, parceiro de longa data do rapper, nessa track, Slim traz a tona a real essência do rap. “Intro Missão“, uma introdução da música seguinte e só mostrava como o disco havia sido bem preparado e montado.

A música seguinte era “Missão” e assim como a sua introdução, ela impactava, pela instrumental, refrão e letra, que era uma clara mensagem para o rap, é aquele famoso “fazer um rap falando de rap”. A música tinha Karla Izalino no refrão e Kamau em sua melhor forma, brincando de rima em cima da instrumental.

Batida & Alfenim” é a única música que não me agrada nesse disco e não é porque ela é ruim, porém por um gosto realmente bem pessoal, pois mesmo não gostando, eu sei que a música é boa, que Slim mandou muito bem em seus versos e principalmente RAPadura, que rimou muito.

Meu Tesouro” é uma clara homenagem de Slim a sua filha, uma bela canção, que te pega de verdade pelos fones de ouvido, com Filiph Neo derramando ternura no refrão. “Mais Que Existir“, a música que dá nome ao disco e música que me fez ouvir esse disco muitas vezes naquele ano, com toda certeza foi o disco que eu mais ouvi em 2011, em certo momento na música, um riff de guitarra entra para abrir caminho para o refrão de Karla Izalino que com um timbre único, preenche completamente qualquer espaço vazio na música. “Sair da Fossa” é mais uma introdução que te pega, são 23 segundos que instiga e abre a porteira para “Canto da Vitória“, música que conta com a participação de Emicida e nessa época ele estava bem Emicidio, sim, essa com certeza é a melhor forma de definir como Emicida rimou nessa música.

Dias Iguais” não é aquela música que me pega, ela me dá uma sensação de nostalgia, uma angustia, são poucas músicas que despertam essa sensação em mim, essa música consegue fazer isso, talvez o refrão de Filiph Neo catalize toda essa sensação.

Te Esquecer“, mais uma música que conta com a participação de Filiph Neo. Lembro como se fosse hoje o porque eu gostei dessa música e por que ela não saía do repeat. O motivo era um relacionamento amoroso da época. Então, toda vez que eu ouvia essa música, eu fazia uma conexão automática com aquele relacionamento. Em certo momento na música, Slim manda esse verso: “Azar no amor, sorte no jogo”, aquilo fazia real sentido com meu momento, eu estava ganhando tudo no jogo.

Postura“, uma música que conta com a participação de Arcanjo Ras e Karla Izalino, uma track que não me pegou de cara, mas tinha aquele bordão que Rashid usa até hoje: “Foco na Missão”. Talvez esse disco tenha uma das frases que eu mais uso no meu dia-a-dia: “Foco e Disciplina”.

A música seguinte era “Ela“, a última participação de Filiph Neo no disco, sim, foram cinco músicas que Neo colaborou para formação do disco. A música começa bem estilo novela mexicana, o que não me agradou quando ouvi pela primeira vez, mas com certeza mudei de opinião ao ouvir outras vezes.

As faixas seguintes são “Hinovação“, “Cantar” e “Me Sinto Só“, essa última música tem uma sacada, porque quando ela chega no minuto 03:23 ela acaba, o silêncio se torna presente, porém a música tem duração de 08:27. Quando chega no minuto 04:20 ela começa e é a primeira versão da música “Canto da Vitória”, que Slim Rimografia havia lançado sem a participação especial de Emicida.

Sim, falei isso tudo para poder dizer o quão importante foi esse disco de retorno do Slim e como tem que ser importante a caminhada e o preparo de um possível novo disco. Tenho que dizer que “M.Arte” é algo que realmente não deve ser feito novamente, por favor, Slim.

Após o seu primeiro e segundo disco, “Financeiramente Pobre” e “Introspectivo“, respectivamente, tudo que ele fosse lançar, seria recebido com receio, pois foram dois trabalhos que como dito anteriormente, havia servido de matéria prima para pavimentação da estrada que o rap nacional percorre nos dias de hoje.

Após um período longo sem lançar nada, Slim Rimografia retornou com uma linda música “Primeira do Dia“, que me faz acreditar que o ânimo, a vontade de fazer rap nele ainda exista e que tenha sido apenas uma impressão errada que eu tenha criado.

O clipe é bem feito, a instrumental é tipica dos bons momentos do Slim e foi feita por Bruce Slim Beats (Slim Rimografia, ele mesmo), tudo é bom nessa track. Uma coisa que eu só percebi agora, é que houve uma mudança e não existe mais Mokado Records e sim Mokado Ent.

A música ainda conta com a participação de Daniel Yoruba e você obrigatoriamente deve conferir: