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Deds fala sobre as consequências violentas do crack em seu clipe de ‘Cracking’

O rapper Deds, integrante da L.I.F Music, apresenta um clipe do seu novo trabalho intitulado “Cracking“, referência ao continuo uso do crack e suas ações. o som, não se trata de um depoimento, mas um relato baseado em observações e conhecimento do artista sobre as características violentas deste mercado clandestino, que é agravado pelos efeitos causados pela droga nos consumidores, que se tornam, ao mesmo tempo, agressivos e vulneráveis.

A produção foi baseada no horrorcore dos grupos como Suicide Boys, Fat Nick, Pouya, Bones e outros que utilizam do mesclado do trap, hardcore e o horror. O instrumental, mixagem e masterização ficou por conta de Rick LL (RLLXX BEATS/ L.I.F Music)

Em seu clipe, Deds retrata de forma suja e sem encenações roteirizadas sobre esse universo das drogas, junto com a direção de Francini Ramos, criam em seu vídeo uma atmosfera que ilustra o achado de uma fita VHS esquecida em uma casa de lucro desativada.

Deds respondeu algumas perguntas a respeito do seu trampo, confira:

Conte um pouco a respeito desta faixa e de como ela se diferencia esteticamente de seus trabalhos anteriores.
A faixa tenta retratar de uma forma fiel as consequencias violentas do crack, sem reforçar a ideia genérica e comum que o crack é ruim, mas do modo brutal e asco que essa droga pode ser.
A temática de Cracking não é diferente do meu ultimo trabalho, intitulado Salraq; ambos retratam a vida marginalizada em meio a violência urbana, tráfico de drogas, consumo de entorpecentes, etc.
Contextualizo essas realidades através de um tom acido e incomodo nas letras. O verdadeiro resultado que almejo é causar incomodo nas pessoas para impulsionar uma reflexão.

O que te motivou especificamente para fazer uma música sobre os efeitos do crack? Você condena o uso somente de drogas pesadas, ou de todas as drogas?
Quando vemos notícias que usuários de crack fizeram alguma barbaridade, isolamos da nossa concepção que ele é um humano fora de seu estado normal, só apontamos o dedo e queremos a cabeça do “monstro entorpecido”.
As relações entre a sociedade e os usuários de crack, são romantizadas nos sintomas, seja nas propagandas politicas ou campanhas de saúde e combate as drogas; é preciso ir na causas e todo seu enredo de cunho politico, econômico, social e racial.
Discutir o consumo de drogas, é complexo, temos diversos fatores e porquês, motivadores e vícios. Porém, de forma superficial, eu não condeno os usuários de drogas pesadas, no fundo, todos nós consumimos diversos tipos de drogas; e desta forma, cada individuo tem suas escolhas e vivencias de mundo; prezo, apenas, que o consumo de drogas seja feito com redução de danos para que as pessoas não estraguem suas vidas.

Como foi o diálogo com a Francini para a definição da atmosfera do clipe? Há referências diretas aqui das quais vocês partiram?
A Francini Ramos, trabalha junto comigo tem um tempo; imaginem um poço de referências e conhecimento, é ela; esse ‘demônio’ consegue transformar ideias em resultados.
Apresentei, cracking e minhas referencias retiradas de artistas do underground baseada em Suicide Boys, Bones, Fat Nick, dentre outros; assim criamos o conceito do videoclipe desde a locação no bairro Alto do Cabrito (bairro do subúrbio da cidade de Salvador) até a sua edição, usando filtro em VHS para simular a sensação de um registro pessoal esquecido em um casa de fornecimento de droga, no qual essa fita é encontrada pelo publico que irá assistir o clipe.

Dá um resumo da sua trajetória artística pros leitores que não manjam do seu trampo.
Iniciei na música, ativamente em 2015, lançando minha primeira faixa “Salraq”, nesta época, eu era integrante de um determinado selo de hip hop soteropolitano, mas por querer buscar outros caminhos e objetivos, juntamente com mais dois ex-integrantes deste selo, optamos por nossa saída e decidimos fundar o nosso selo musical, a LIF Music; no qual exerço a função não só de Mc como de Produtor Audiovisual.
Na LIF Music, eu trabalho ao lado de Raonir Braz (Mc e Produtor Musical); de Rick LL (Mc e Produtor Musical); da Francini Ramos (Produtora Executiva e Produtora Artística – design/fotografia/audiovisual) e do Dj Murilo Lobo (DJ).
Dando inicio a essa nova etapa, no final de 2016 relancei a faixa ‘Salraq’ com produção de Rick LL, postado na Vevo e pelo selo LIF Music.Para ouvi-la, pesquisem: “Deds-Salraq” no Spotfy, Itunes, Deezer, Google Play e Youtube.

Depois do lançamento desse clipe, que outras paradas você está planejando para este ano?
Ao invés de lançar um EP, pretendo lançar mais cinco faixas singles como artista individual. A Lif Music, de forma coletiva está trabalhando em um EP com todos os integrantes para metade do ano

Ficha Técnica:

Direção e Fotografia: Francini Ramos
Roteiro: Francini e Deds
Montagem e Edição: Deds
Produção Musical: Rick LL
Selo: L.I.F Music