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Lívia Cruz explica lançamento de ‘Eu Tava Lá’: “Ataquei porque me senti desrespeitada”

Logo de cara, a rapper disse que ficou extremamente feliz com a repercussão de “Quem Tava Lá?” e que seu principal objetivo foi apenas mostrar como a mulher não é apenas invisibilizada no cenário do hip hop, mas também tratada como uma simples “ofensa” em muitos momentos.

Pelo visto, todas as polêmicas em relação a música “Quem Tava Lá?“, uma colaboração entre Costa Gold, Marechal e Luccas Carlos, estão longe de acabar. Nesta terça (13), Lívia Cruz postou um vídeo em seu canal oficial do Youtube dando um papo sobre a música “Eu Tava Lá“, que ela fez em resposta ao hit.

Logo de cara, a rapper disse que ficou extremamente feliz com a repercussão de “Quem Tava Lá?” e que seu principal objetivo foi apenas mostrar como a mulher não é apenas invisibilizada no cenário do hip hop, mas também tratada como uma simples “ofensa” em muitos momentos.

— Nos documentários não têm depoimentos, nos eventos não têm artistas e aí, assim, com relação a esse som, esses meninos não estão na minha playlist porque eu sou dessas que, quando gosto, escuto e quando não gosto, não escuto. Não fico caçando música que eu não gosto para ficar falando mal, tá ligado? Só que eu acompanho o trampo do Marechal, sou fã do Marechal e a partir do momento que ele lança, eu vou ver o que ele está fazendo. Aí, firmeza, vou lá olhar e bateu sujo demais. Fiquei incomodada. Um pouco, não, muito! Logo de cara porque tem muita ofensa para a mulher e isso é uma coisa que é naturalizada na nossa sociedade e no rap muito ainda (…) Nas batalhas de MCs, 90% do papo é: ou o cara chama o outro de mulher, ou xinga a mãe do cara, ou xinga a irmã do cara, ou a mina do cara. Aí está chato isso! Vocês precisam melhorar, resumidamente, porque para vocês pode ser natural. Na escolinha acho que é assim, a gente cresce ouvindo isso, mas, meu, tem que mudar essa parada porque a gente está cansada, tá ligado? É muita falta de respeito! Isso foi, inicialmente, o que me incomodou no som: umas ofensas às mulheres

Como os versos misóginos de “Quem Tava Lá?” foram uma das principais coisas que incomodaram a rapper pernambucana (e espero que muitas outras minas por aí), ela não poderia deixar de falar sobre os machistas de plantão que criticaram o som e, sem argumentos, a mandaram “lavar louça”.

— Vamos lá aos comentários: tipo, se vocês falaram que “não é nada pessoal” e não sei mais o quê, blá, blá, blá, “o que eles estavam falando não era para as minas em geral“; mas, vocês, queridos fãs, no caso meus queridos haters, vocês falaram que eu era só mais uma puta disfarçada 300 vezes, então, se essa frase não é ofensiva, amiguinho, porque você está usando ela para me ofender? Pensa aí na sua cabecinha! E essa fita também de: “Estou atrás da tela, posso falar o que eu quiser, foda-se!“, não! Isso é uma outra realidade, não quer dizer que não seja realidade. Vocês estão mais próximos, inclusive, dessa realidade do que eu. Vocês já cresceram com ela, então respeitem essa ferramenta e respeitem o fato de que, do outro lado da tela, tem uma pessoa, tá ligado? Sejam melhores vocês também nos seus argumentos. Quantas pessoas mandaram eu cozinhar, lavar uma louça, falaram que não estou transando…sério? Sério que em 2016 é isso que vocês têm de argumento para usar quando não gostam de alguma coisa? Quer dizer, não tem argumento, né amigo?

Fã assumida de do MC Marechal, a rapper afirmou que em nenhum momento comprou briga com ninguém, quis apenas mostrar que cada música lançada no cenário do rap, seja por artistas novos ou antigos, é um registro histórico do movimento para as futuras gerações; e desta forma, Lívia mostra que, assim como ela, muitas mulheres fizeram e fazem parte do crescimento do hip hop, por isso, não devem ser esquecidas.

— Quando tem um registro tão bonito, tão bem construído… tão bonito vírgula porque endossou esse discurso de ofensa para as mulheres, aí já pegou mal! E não tem um nome de uma mina? Não tem uma MC, não tem uma DJ, não tem uma produtora, nada? Eu fiquei mobilizada mesmo! (…) Vocês estão aí me xingando, estão tratando entre si porque um defende o outro… a gente está fazendo música e o rap é para contestar, tá ligado? É uma contestação! Eu não tretei com ninguém, não briguei com ninguém! Vocês estão falando sozinhos! A gente está trabalhando e se, eventualmente, a gente se encontrar no rolê, na rua, no backstage, onde for, eu, pelo menos, vou tratar as pessoas com respeito. E é isso! Acho que respeito é primordial! Quando ataquei é porque me senti desrespeitada.

A pernambucana, claro, também não deixou de falar sobre a sororidade, afinal, muitos dos xingamentos que ela recebeu em suas redes sociais ao postar a música foram das fãs do Costa Gold, e ainda mandou um recado para todos os homens que gostam de xingar as mulheres.

— Aí vocês não argumentem, que são as fãs, porque somos todas mulheres! E eu nunca ouvi papo de fã que obrigou o artista a ser recebida no camarim, nunca ouvi papo de fã que obrigou a ser levada para quarto de hotel; agora, na contrapartida, tem história de fãs que beberam demais e foram abusadas, foram assediadas e afins. Não estou falando desses rapazes, dessa música, pelo amor de Deus! Só estou falando como funciona! Porque vocês estão demonizando as minas, mas não são as minas que gostam do som de vocês, do rolê de vocês? Apenas melhorem! Se você acha que a mina é falsa, que a mina não é daora: poucas! Não precisa receber ela no seu camarim, não precisa dormir com ela, não precisa nem trocar ideia com ela. Beleza? Fica a dica aí da titia!

[su_spoiler title=”VEJA DEPOIS” open=”yes” style=”simple” icon=”plus-circle”]< Mc Marechal fala sobre a música ‘Quem Tava Lá?’ [/su_spoiler]

Para finalizar, Lívia mandou o recado, ou melhor, o alerta de que: vai ter mina sim fazendo rap, na batalha, no grafitti e em todo lugar, afinal, lugar de mulher é onde ela quiser!

— Em 2016, não mande as minas para a cozinha. A gente já está na cozinha, a gente está na rua, a gente está em todo o lugar! A gente domina essa porra toda, entendeu? Então, de repente, você poderia aprender mais! Vai ajudar a sua mãe a lavar uma louça e não faça disso um drama. Vai ter louça para o resto da sua vida para você lavar. (…) Então é isso: se você não conhece o que é biquíni, o que é ser mulher, onde a gente estava, o que a gente estava fazendo, procure saber; acho pode melhorar um pouco para você, a sua perspectiva. Obrigada por tudo: pelo ódio, pelo amor. Estamos aí!