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Com apoio do Criolo, indígenas lutam contra construção de hidrelétrica que alagará parte da Amazônia

Na tarde de ontem (11), o rapper Criolo publicou uma nota se solidarizando a luta do povo Munduruku contra a construção da usina hidrelétrica de São Luiz, no rio Tapajós, no Pará.

Além da nota, o rapper visitou a região do Rio Tapajós, no coração da Amazônia, para apoiar a luta da tribo contra a construção da hidrelétrica que, se sair do papel, irá alagar a floresta onde vivem e tiram seu sustento. Alá “Chuva Ácida“, Criolo escreveu que os indígenas lutam para “floresta não virar cemitério alagado e rio vivo não virar lago morto”.

— Lutam pra salvar seu rio, nosso rio que é lindo, que é vida. Lutam pra salvar a floresta, nossa floresta que nem temos ideia do quanto é gigante e linda e o quanto já foi devastada. Lutam pra floresta não virar cemitério alagado e rio vivo não virar lago morto. Lutam por seu povo e pela sua, nossa história ancestral. Disse o músico.

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Os Mundurukus habitam uma área de 1.780 km², quase 20% maior do que o município de São Paulo, que ainda não foi regulamentada pelo Governo Federal. Assim como Belo Monte, a hidrelétrica vai afetar diretamente as vidas das famílias que habitam a região.

A terra que a futura usina vai ocupar é sagrada para o povo Munduruku, é dela que eles sobrevivem e onde habitaram os seus antepassados. Os indígenas já prometeram resistência caso a apelidada de Nova Belo Monte saia do papel.

A usina São Luiz pode gerar 4.012 MW dos 206.000 MW que o Brasil necessita implantar. Em contrapartida a nova hidrelétrica vai alagar parte da floresta amazônica. Em abril o Ibama suspendeu o licenciamento da usina com base no licenciamento da Funai que dizia que a construção de São Luiz traria “impactos irreversíveis” para os povos que habitam a região.

Estamos de olho!

O povo Mundukuri

Os mundurucus, yambém chamados Munduruku, Weidyenye, Paiquize, Pari, Maytapu e Caras-Pretas, e autodenominados Wuyjuyu ou Wuy jugu, são um grupo indígena brasileiro que habita as áreas indígenas Cayabi, Munduruku, Munduruku II, Praia do Índio, Praia do Mangue e Sai-Cinza, no sudoeste do estado do Pará; as terras indígenas Coatá-Laranjal e São José do Cipó, no leste do estado do Amazonas; e a Reserva Indígena Apiaká-Kayabi, no oeste do estado do Mato Grosso. Têm uma população de 11.630 (de acordo com Fundação Nacional de Saúde, 2010) ou mais indivíduos, distribuídos em cerca de trinta aldeias. Falam a língua mundurucu, a qual pertence à família linguística mundurucu e ao tronco linguístico tupi.

Segundo seu mito de origem, os mundurucus foram criados por Karosakaybo na aldeia Wakopadi, próximo às cabeceiras do rio Krepori. Na segunda metade do século XVIII, começaram os primeiros contatos registrados com os não índios. Nessa época, os mundurucurus dominavam o vale do rio Tapajós, região que era conhecida como Mundurucânia. Era costume dos mundurucus mumificarem os crânios de seus inimigos derrotados, aos quais atribuíam propriedades mágicas. Com a derrota dos mundurucus frente às várias expedições militares portuguesas, eles foram alojados em aldeamentos missionários e passaram a fornecer as chamadas drogas do sertão.

A partir de meados do século XIX, o advento do ciclo da borracha marcou o aumento da presença de não índios em território tradicional mundurucu. Atualmente, os mundurucus lutam para preservar a posse de seu território tradicional diante de garimpos ilegais, construção de hidrelétricas e criação de hidrovias.

Com informações de Revista Forum e Wikipédia