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Review Nacional: “.155” por Costa Gold

cg155rEVIEWFala aí, seus Dilmãe e Bolsomito! Menino Hussein aqui pra revisar um dos CDs mais aguardados desse século 2015 que tamo vivendo. O mais recente trabalho do Costa Gold gerou esse hype por diversos motivos, como a saída de um dos membros, a eventual mudança sonora proposta pelo grupo e o atraso que deixou os fãs numa neura nível atraso de menstruação da novinha que cê garrou no pelo sábado passado. Sem mais enrolação, vamos à review.

Sobre os MCs do grupo e o que eles apresentaram, há muito a ser comentado, e na maioria observações positivas. A técnica que os caras apresentam é inegável: ambos vêm com flows maneiros, abusam das internas e multissilábicas, e sabem dar aquela descontraída pica no som usando vozes diferentes, metendo o loco mermo, algo que nem todo mundo sabe fazer com maestria.

Há, no entanto, algumas paradas que não saíram como o planejado. Sobre o Predella, tem-se a impressão de que ele não consegue tornar claro o que quer passar: cê tem que ficar repetindo a parte dele várias vezes pra entender o que foi dito; Ele, além disso, abusou dos flows cantados, mesmo em momentos nos quais não era necessário e, sendo um cara cuja voz não é tão melódica, ficou um lance meio exagerado esse (Os refrões executados por ele tão picudos, a parada foi usar demais mesmo). Apesar desse deslize, ele também apresentou melhoras significativas, como a habilidade de storytelling vista na “História de João Gatilho“, track maneira onde dá pra ser percebida a influência do bi 5 Sh!ts Ogi (oi vô).

A performance do Nog me agradou um pouco mais no quesito pessoal: o cara consegue usar as palavras de forma inteligente e deixar bem explícito. Ouvi alguns comentários feitos por stans do Eminem de que ele teria traduzido algumas linhas do brancão de Detroit, e de fato isso ocorreu, mas acho que foi mais na homenagem mermo, nada muito exagerado. Fiquem aí com um trecho do Nog que eu curti pra carai, da track “A Noite” (a qual tem um belo feat do Felp do Cacife também, me surpreendeu):

Então vai que dá
Minha mente tá inquieta igual a Magda
É uma máquina de ter ideia quente igual magma
SP tá igual Bagdá
Crack na cracolândia, as boca trafica e troca bala
Com a Força Tática (“A Noite”)

A produção do álbum, em sua maioria, surpreende bastante. Nomes como Lotto (guardem esse nome, esse cara tá mandando muito), TH, NeoBeats e alguns outros assinam os instrumentais. Há espaço pra boombaps, traps e até mesmo beats que mesclam as duas pegadas de forma interessante, utilizando-se dos synths do trap, aliados a drums típicos da old school. Exemplos de bases que eu gostei muito estão na “155”, “Das Arábias” e “Doce Veneno”. O único deslize nesse quesito, ao meu ver, foi o remake do beat de Blessings do Big Sean. Não pelo instrumental em si, que ficou até bom, mas pela proposta, que é bem mais um lance típico de mixtapes. Em um álbum propriamente dito, espera-se que que todos as bases sejam inéditas.

Sobre a organização e estrutura do álbum, a mesma foi satisfatória: embora não haja um tema central que ligue todas as tracks, a sequência das faixas tornou o disco dinâmico e variado, mas sem que as faixas destoassem muito umas das outras (talvez porque as produções tenham uma identidade sonora similar). Os feats foram muito bem escolhidos: nomes como Shaw, Felp, Haikaiss e Lola Salles mandaram bem em suas participações, e a dobradinha do Don L e Luccas Carlos na “N.A.D.A.B.O.M. 2” deu um brilho do cacete nessa track, que se tornou um dos destaques do CD.

E é isso mes amis, não fechem a porra da nossa aba porque aí vem mais texto quente um atrás do outro. Até!

Nota35