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Review: “What A Time To Be Alive” por Future & Drake

2a2a7c29f40ea5bf4743ce71af408751O que se espera quando o maior rapper do planeta no momento se junta com o maior hitmaker do momento? Para muitos, a resposta meio que é óbvia e o sucesso é claro. Se levarmos na teoria, “What A Time To Be Alive” é o disco do ano em 2015, porém, será que na pratica é tudo isso mesmo? Bem, em fevereiro, o Drizzy nos deu “If You’re Reading This It’s Too Late” que pra mim é um dos discos mais superestimados do ano, e em 9 meses desse fucking ano, o Future nos deu 5 trampos, isso mesmo meus meninos, 5 trampos ! Apesar de altos e baixos. Então, sem mais enrolação, vamos pro que interessa porque o bagulho ta frenético e até as senhoras não estão parando.

Vejo “What A Time To Be Alive” como uma valsa, onde Future é o homem e o Drake é a mulher. Mas pera lá, calma meus meninos, sem piadinhas machistas, estou tentando fazer uma analogia séria aqui. Tipo, é seguinte, assim como na valsa ou como qualquer outra dança corpo a copro, o homem é o que conduz a dança certo? Não é ele que conduz a mulher? Então, nesse caso aqui não é diferente. Nesse disco, vejo o Future ditando as regras e ritmo enquanto o Drizzy tenta acompanhar. Enquanto o Future ta naquela vibe com drogas que ainda remete do “Dirty Sprite 2”, com bebidas até nas orelhas, o Drake vem com aquele papinho do “Eu sou o mais foda dessa bagaça” e assim vai sucessivamente. Vejo os dois dando sequência dos seus anteriores trabalhos de sucesso, mas vejo o ex da Ciara com certa superioridade no que diz. Querendo ou não, nunca, jamais e em hipótese alguma irei curti mesmo esse “New Drake”. Pra mim, esse 6God é um fanfarrão chato pra caramba que não transpõe sentimentos nenhum pro ouvinte. Diferentemente daquele Drake do “Take Care”, que pra mim, é o seu melhor disco e que até hoje deixa aquele que vos fala chupando dedo e tomando toddynho para acalmar a sofrência. Porém, eu entendo a evolução, todo artista digievolui, passa por mudança, todavia, a transformação daquele garoto canadense que ansiava pela fama pra mim é uma decepção.

Contudo, voltando pro que interessa, na primeira faixa da mixtape, “Digital Dish”, vemos o que vai vim sem massagem e eu curti muito. Com selo Metro Boomin para tocar nos clubes, e o Southside ali em conjunto nos proporcionando um trap pesado, vemos ambos os rappers em busca de mais grana e sucesso. Future cospe versos que beiram a loucura por mais licor e mulheres, enquanto o Drake solta rimas minimalistas e até agradáveis, mas que verdadeiramente não me interessam muito. Entretanto, a musica não é fraca, escutem sem medo. Já em “Big Rings”, puta merda tio, essa aqui eu danço até nas minhas aulas chatas de matemática ! Com um refrão chiclete, vemos o melhor que a ostentação tem para oferecer. O Lifestyle explicitamente vendido nos seus ouvidos te colocam a imaginar o quão louco deve ser a vida desses caras. Logo em seguida, em “Live From o Gutter”, temos o Future rimando sobre o que é a vida no guetto antes de todo o sexo, grana e drogas, e temos o Drake nos mostrando “a vida dura de um garoto da classe média”, isso mesmo pessoal, isso mesmo… Relevando e ouvindo, nem tudo é sofrimento para o ouvinte. Temos shoots engraçados do patrão da OVOsound pro seu eterno rival Chris Brown e pro namorado da Nicki Minaj, Meek Mill – Que recentemente falou que o Drake não escrevia suas musicas -. Saquem os jabs :

Isto vai para meus manos nessa besteiras e tolices

Isto vai para meus cães que vão até a Karrueche com os pauzinhos”.

Oh God, pra quem não sabe, Karrueche é a ex do Chris que terminou com ele recentemente, o motivo? Eu não sei, não sou o TvFama. MAS, é engraçado essa treta dos dois e como historicamente o Drake não deixa a vida do Chris Brown em paz quando assunto é namoradas.

Ostentando e bancando os fodões, temos rimas boas e ao mesmo tempo rimas fortes. Temos refrões fodas e outros fracos. A puxação de saco entre os dois rappers sobre si mesmos é muito notória, mas nada que lhes deixe entediados, pelo contrário, apesar da produção um pouco repetitiva, pelo menos pra mim, os dois sabem muito bem como te inserir na vida conturbada de tão boa e isso é o ponto positivo do disco. Já o ponto negativo, é a notória falta de uma verdadeira colaboração dos dois. Enquanto um segue tal caminho, outro tenta segui-lo mas no meio da jornada é vencido pelo ego e quebra o efeito da musica e isso é bastante presente na mixtape. Em compensação, você não vai parar de dançar ou se divertir com as resenhas dos caras.

Por fim, pra terminar com tudo, na última faixa temos um beat do amigo e sempre colaborador Noah “40” Sheibib deixando pra musica “30 for 30” um Drizzy cuspindo rimas introspectivas provocando o Meek. Logo de início ele solta linhas como essas :

A caneta está a trabalhar se vocês manos precisarem de algumas linhas fantasmas
Eu pensei que você queria o seu como eu quero o meu

OU

Sua ausência é muito relativa
É como se você tivesse saído de férias com nenhum plano para retornar

Qual a necessidade de bater em cachorro morto? Não sei, mas isso é o rapgame e o pai gosta, então pontos pro Drake. E pra terminar de vez mesmo porque tem disco do Ogi pra ouvi, eu curti essa mixtape, esperava mais, porém curti mesmo e soou bem sólido e compacto, com alguns erros aqui e ali, mas forte e conciso. Parabéns à ambos e ao Metro Boomin. E sim, próxima review tem o Big Boi rapaziada, fica ligado que é nós que voa bruxão.

Nota3,5